Em janeiro, a Melnick anunciou o desembarque em São Paulo, a bordo de um projeto de R$ 700 milhões. Era uma parceria com a Even, que já tinha negócios com a empresa gaúcha. Na época, já falava na "possibilidade de fazer parceria com outras empresas". Menos de quatro meses depois, já está confirmado não só o próximo empreendimento como uma joint venture (associação) de longo prazo com outra referência paulistana em alto padrão, a Yuni.
E parte de um projeto muito particular: nos Jardins, tradicional bairro de alta renda, em uma quadra inteira a 800 metros do Parque Ibirapuera e ao lado da loja número 1 do Grupo Pão de Açúcar (GPA).
— É um passo significativo para a Melnick, uma parceira de longo prazo com uma empresa que tem nome de família no tapume, como a nossa, que tem projetos icônicos e de grande porte. É a entrada mais definitiva da Melnick em São Paulo que vem acompanhada de um grande lançamento em um terreno histórico — afirma Leandro Melnick, CEO da construtora gaúcha.
Marcos Yunes detalha que a empresa foi fundada em 1996, por ele, que é CEO, e o irmão Marcos, hoje presidente do conselho administrativo. Dos cerca de cem empreendimentos, 63% estão em bairros nobres de São Paulo.
— Gostamos de ter poucos e bons parceiros. A parceria com a Melnick é muito relevante. Antes de escolher parceiros, escolhemos pessoas, e eu e Marcos temos grande afinidade com Leandro e a família Melnick. Temos valores e princípios alinhados.
O terreno raro, pela localização e tamanho – 5,4 mil metros quadrados –, foi adquirido do GPA em julho de 2024. Depois da demolição do que havia ali, o projeto foi aprovado no início deste mês. A expectativa é de registrar a incorporação para fazer o lançamento formal a partir de junho.
— Além desse terreno ter 5,4 mil metros quadrados em um dos bairros mais consolidados, abriga a sede do GPA, e a família Diniz (fundadora do grupo) sempre fomentou o esporte,o terreno foi palco de corridas famosas. No projeto, quisemos manter foco nesse DNA, é uma vocação natural.
O Quaddra Lorena terá um parque de 2,1 mil metros quadrados, quadra de tênis de saibro em tamanho oficial, piscina aquecida com raia de 25 metros e uma loja Track&Field com café. Os 56 apartamentos – baixa densidade para o tamanho do terreno – devem custar entre R$ 9 milhões e R$ 15 milhões.
Em tempo: apesar de consolidar a participação da construtora em São Paulo, Leandro Melnick afirma que o foco da empresa segue em Porto Alegre. Em outras cidades, atua em forma de parceira, com sócios comandando os projetos.