
O dólar havia iniciado a sexta-feira (23) em alta superior a 1%. Era uma reação ao aumento do IOF anunciado na véspera, que trouxe desconfiança ao mercado, sobretudo por temor de que o governo desejasse fazer algum tipo de controle de capitais.
Como houve recuo na medida que gerava maior inquietação, o mau humor diminuiu: o mesmo dólar que antes circulava no patamar de R$ 5,70 fechou em... oscilação para baixo de 0,27%, para R$ 5,646. O principal índice da bolsa brasileira (B3), o Ibovespa, teve alta leve de 0,4%, para 137.824 pontos.
A parte boa é que o governo federal deve conseguir cumprir o limite inferior da meta fiscal de 2025, ou seja, aproveitando a tolerância de até 0,25% do PIB. No entanto, a gigante financeira Morgan Stanley avalia que a preocupação fiscal no Brasil não diminui, apesar do congelamento de R$ 31,3 bilhões em gastos.
É bom lembrar que a própria Morgan Stanley havia manifestado otimismo em relação à bolsa brasileira última terça-feira (20), prevendo Ibovespa em 189 mil pontos em meados de 2026.
Mas se no mercado de capitais a semana tensa com as decisões sobre orçamento terminou bem, no líquido o balanço não é muito positivo, como observa Gustavo Sung, economista-chefe Suno Research:
— Apesar do recuo parcial, o episódio revelou os desafios do governo em equilibrar arrecadação e confiança. Foi um alerta importante sobre como medidas mal calibradas podem gerar efeitos macro, micro e reputacionais relevantes.
No Exterior, as ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos da União Europeia (UE) ajudaram a enfraquecer o dólar. As bolsas americanas caíram: o índice mais tradicional (DJIA), 0,61%, o mais abrangente (S&P 500), 0,69%, e a Nasdaq, de tecnologia, 1,01%.
*Colaborou João Pedro Cecchini