
Um dia depois de ter alcançado seu recorde histórico e o patamar inédito de 140 mil pontos, a bolsa brasileira teve queda de 1,6%, para 137.835. O dólar chegou a subir durante o dia, mas fechou com oscilação para baixo de 0,46% e fechou em R$ 5,643, ainda acompanhando a desvalorização da moeda americana ante outras denominações.
E o que determinou o mau humor nos negócios não foi o suspense criado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o tamanho da contenção de despesas previsto para quinta-feira (22). Pesou mais uma encrenca fiscal ainda maior, a dos Estados Unidos.
Desde a perda da última nota máxima da dívida americana, foi reforçada a desconfiança em relação ao país. Isso se traduz na exigência de mais remuneração para quem compra títulos da dívida. E um leilão nesta quarta levou a taxa dos T-bonds de 20 anos a 5,04%, acima da média recente já alta. Quando esse juro sobe, os investidores são atraídos para os papéis e podem sair de aplicações em bolsa para ganhar com o rendimento mais alto, ainda hoje menos seguro.
O que agravou a desconfiança foi uma visita de Donald Trump ao Capitólio, sede do Congresso americano, para pressionar seus correligionários a aprovar uma lei que corta impostos sem a correspondente compensação de corte de despesas. É, parece familiar.
O projeto é o que Trump chama de "big, beautiful bill" (grande e bela lei). O alívio tributário foi promessa de campanha do republicano e vem sendo cobrada depois do caos semeado pelo tarifaço. Definitivamente, parece familiar.