O jornalista Rafael Vigna colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
Na terça-feira passada, a Argentina indicou que reabrirá as fronteiras com o Brasil, a partir de outubro, com uma série de cuidados sanitários. O anúncio aguça o setor do turismo no Rio Grande do Sul.
É que com a proximidade da estação mais quente, o litoral do Estado se torna um dos principais destinos dos hermanos. A despeito de eventuais crises, eles injetam milhões na economia gaúcha, tanto nas cidades de fronteira, quanto no trajeto ou na estadia.
Por outro lado, passados seis dias, o Brasil não se manifestou sobre quando e como pertente proceder com relação aos turistas argentinos. A demora já gerou um movimento crescente na Fronteira Oeste.
De São Borja, o vereador Tiago Cadó (PDT), por exemplo, reúne outros municípios interessados de maneira imediata no assunto, como Porto Xavier, Porto Mauá, Uruguaiana e Itaqui, além de cidades que fazem fronteira com o Uruguai.
A meta é somar forças e cobrar uma definição do governo federal. Como um dos fundamentos do Direito Internacional é a reciprocidade e os demais países liberam o ingresso de brasileiros, o entendimento é de que será preciso agir, e rápido, em igual sentido.
A pauta é vital para muitas economias locais e a retomada do trânsito vicinal nas fronteiras chega acompanhada de um forte apelo ao turismo no veraneio.
Mesmo com valores atuais proibitivos nas passagens aéreas, segundo o Ministério do Turismo, em 2017, o estado recebeu 1,2 milhão de turistas internacionais. Mais de 80% deles eram argentinos que ingressaram por via terrestre (90,5%).
Isso fez com que o RS representasse 19,3% de todas as chegadas de estrangeiros no país, na 3ª posição entre as demais unidades da federação. Restabelecer, mesmo que parcialmente, esse canal seria mais um sopro de esperança para a retomada do turismo gaúcho.