
Há uma fórmula básica que todo o torcedor prega para seu clube sair do atoleiro: apostar na base. Formar jogadores, colocá-los no time e vendê-los. Porém, até mesmo nesse mercado, clubes com poderio financeiro, como Palmeiras e Bahia, atuam como tubarões e competem de forma desigual.
O cenário que se vê no futebol profissional está replicado na base. Não foi à toa que o Grêmio que jogou a final sub-17 do Brasileirão tinha nove dos 11 titulares formados desde a iniciação, no CT do Cristal. Ou busca muito cedo e lapida, ou fica a ver navios. O mercado dos "semiprontos", como se define o dos guris de 14 a 16 anos, já opera em faixas financeiras que fogem ao alcance da Dupla.
O Palmeiras, já se sabe, usa sua força econômica para buscar as joias mais brilhantes. A novidade (previsível, diga-se de passagem) é o Bahia. Apoiado pelo dinheiro do City Group, o clube tem se mostrado agressivo nas contratações.
Na última semana, o atacante Dieguinho, do Sfera, clube formador de São Paulo, foi levado para Salvador em um negócio que, se ele cumprir metas, baterá em 1 milhão de euros. O Sfera manterá 30% de futura venda. Vários clubes queriam Dieguinho, mas ele optou pela oferta do Grupo City.
No começo do ano, David Martins, meia revelação do América-MG, chegou a Salvador por R$ 12 milhões. No meio do ano, o Bahia pagou ao Corinthians a multa de R$ 14 milhões do atacante Kauê Furquin, 16 anos.
Da Serra para o Nordeste
Além dos já consagrados, o Bahia também aposta nos seus scouts. Através deles buscou em Teutônia um guri de 10 anos.
Há duas semanas, o repórter Luís Huppes noticiou no jornal Folha Popular, de Teutônia, que o garoto Nohan Görgen, de 10 anos, começará o ano na base do Bahia. O guri foi descoberto jogando pelo sub-11 do Juventude e pelo Teutônia Futsal. É capitão dos dois times e tratado como promessa.
Vou guardar esse nome. A aposta nele mostra que, até mesmo na base, a vida de Grêmio e Inter se tornou ainda mais competitiva.




