
O futebol apresenta histórias e roteiros surpreendentes. O Mundial que se inicia neste sábado traz dois jogadores que, no começo deste ano, trocaram o Gauchão pela maior competição de clubes da história.
Ambos saídos do Juventude, o que mostra a capacidade do clube de garimpar no mercado. O zagueiro Danilo Boza defenderá o japonês Urawa Red Diamonds, e o atacante Erick Farias, o Ulsan Hyundai, da Coréia do Sul.
O Urawa enfrentará na primeira fase a Inter de Milão-ITA, atual vice da Liga dos Campeões, o Monterrey-MEX e o River Plate-ARG. Ou seja, Boza, que marcou Galego na primeira rodada do Gauchão, em seu jogo de despedida, terá pela frente nomes como o argentino campeão mundial Lautaro Martínez, e o francês vice Marcus Thuram, da Inter. Na estreia, contra o River, terá de encarar Mastantuono, a joia de 17 anos que se apresentará ao Real Madrid depois do Mundial.
Erick terá uma primeira fase menos estelar. Seu Ulsan estreia contra o Mamelodi Sundowns, o maior campeão sul-africano. Na segunda rodada, o centroavante terá um jogo de Brasileirão, contra o Fluminense, de Thiago Silva. Na última rodada, a régua sobe um pouco mais, contra o Borussia Dortmund-ALE, da dupla de ataque Adeyemi e Brandt e do zagueiro Niklas Süle.
Longo caminho até a Coréia do Sul
Erick é uma das histórias desse Mundial. Em 2020, na pandemia, ficou sem clube, e passou a trabalhar como motorista de transporte por aplicativos para sustentar a família.
Foram seis meses na direção até que as portas se abriram no Nova Mutum, do Mato Grosso, levado pelo executivo gaúcho Farney Coelho.
A partir daí, veio a virada. No Ypiranga, foi goleador e despertou a atenção do Vasco. Voltou a Erechim, brilhou de novo e chegou ao Juventude, onde ficou até fevereiro.
No Ulsan, são nove gols em 15 jogos.