
A Seleção Brasileira está na Copa. Essa foi a notícia mais vistosa da primeira vitória da Era Ancelotti. Mas a melhor notícia do 1 a 0 contra o Paraguai foi que, enfim, encontramos a estrada que nos levará até o Mundial. Mais do que isso, encontramos um rumo.
A atuação na Arena do Corinthians mostrou uma Seleção Brasileira com um quarteto ofensivo agressivo veloz e de um jogo vertical. O jogo de Vini Jr. teve muitos traços do que vemos no Real Madrid. Martinelli foi o extrema insinuante e rápido do Arsenal.
Matheus Cunha fez a função de meia ponta-de-lança que o alçou ao grande destaque no Wolverhampton e o levou a ser comprado pelo Manchester United por uma fortuna. Bruno Guimarães, enfim, apresentou os mesmos atributos do meio-campista que é um dos capitães do Newcastle.
Ancelotti conseguiu, com poucos treinos, criar um sistema ofensivo e uma identidade. Vanderson dava amplitude pela direita, Raphinha enveredava pelo meio e se juntava a Matheus Cunha no meio.
Alta rotação
Na esquerda, Martinelli era um ponta-esquerda à moda antiga. Assim, Vini Jr. entrava em diagonal para o meio e fazia às vezes de homem de área usando as diagonais. Foi assim que fez o gol da vitória.
A eles se juntava um Bruno Guimarães lúcido e que buscava com passes em profundidade às costas da última linha paraguaia.
O primeiro tempo da Seleção foi de alto nível e de altíssima rotação. O segundo, com a vantagem, teve redução desse ritmo, até porque é impossível mantê-lo o tempo inteiro.
As mudanças feitas pelos paraguaios, para colocar sua seleção à frente, forçaram o recuo brasileiro e uma postura mais reativa. Outra vez, a defesa resistiu bem.
Estamos só no começo, mas a primeira impressão com Ancelotti foi a melhor possível. Jogamos com as ferramentas que os grandes da Europa jogam todos os domingos. E o melhor, muitas dessas ferramentas estão em nossa casa.