
O Grêmio da era pós-Renato venceu sua primeira partida. Na noite deste domingo, fez 3 a 1 no Novo Hamburgo sem maiores dificuldades. O resultado garantiu vaga na semifinal do Gauchão e também colocou o time na liderança da fase classificatória a uma rodada do fim.
Mas também serviu para mostrar problemas sérios a serem resolvidos pelo novo técnico, que, aposto minhas fichas, será Tiago Nunes. Há alguns vícios no time que repercutem de forma decisiva na mecânica de jogo e no rendimento de alguns nomes.
Um deles, ficou claro na noite da Arena, é Jean Pyerre. Com um jogo em meia linha, com o Novo Hamburgo postado diante da sua área, não há explicação plausível para que o meia recue tanto, com intuito de armar o jogo.
Houve lances em que ele veio pegar a bola no pé dos zagueiros ou do volante Thiago Santos. Ou seja, criou uma etapa preliminar desnecessária para ele na construção ofensiva, em que deveria participar alguns bons metros à frente. Foi assim, aliás, que o meia encaminhou a vitória no primeiro tempo.
No primeiro gol, recebeu diante da área, limpou o zagueiro e chutou com sua classe — complementada pelo desvio no adversário. No segundo gol, numa roubada de bola na saída de trás do Novo Hamburgo, Jean deu um passe espetacular para Diego Souza marcar.
O resgate de Jean Pyerre, aliás, é a grande notícia do Grêmio nesta semana. Ele já havia feito um grande primeiro tempo contra o Independiente del Valle. Neste domingo, esbanjou qualidade nos primeiros 45 minutos.
Para o novo técnico contar com ele mais perto gol e pode posicioná-lo de forma que seu talento seja mais decisivo, a direção precisa segurar seu camisa 10. Há proposta na mesa.
O valor ainda não chegou ao pretendido pelo clube. Se as cifras baterem, sai negócio, me disseram. Porém, a direção não aceita que regateiem o preço. Ainda mais depois do que ele fez nesses dois jogos como titular em seu retorno.