No final do outono de 1985, uma histórica ressaca do mar causou destruição no Litoral Norte. Na tarde de uma quinta-feira, em 6 de junho, moradores foram surpreendidos pelo vento e pela altura das ondas, que superaram os quatro metros. O mar destruiu prédios na beira da praia e invadiu ruas.
Em Tramandaí, o município mais afetado, famílias precisaram sair de casa. No total, foram 155 adultos e 138 crianças desabrigados. A maioria morava nas margens do Rio Tramandaí. O território do município era maior naquela época. Posteriormente, ocorreram as emancipações de Imbé, Cidreira e Balneário Pinhal.
O Bar Gaivota ficou destruído. A ressaca também afetou a estrutura do Restaurante Panorama. Os dois estabelecimentos ficavam na areia da praia, alinhados à Avenida da Igreja, em Tramandaí.
A estrada Interpraias ficou interrompida entre os balneários de Santa Terezinha e Rainha do Mar. Em Imbé, o Hotel Samburá sofreu avarias. A água quebrou vidraças e inundou o térreo. O mar atingiu casas em Cidreira, Pinhal e Santa Terezinha.
Em Capão da Canoa, foram registrados danos no Baronda, restaurante que ficava na beira da praia. Em Xangri-lá, o mar arrastou o novo calçamento da Avenida Beira-Mar. Em Torres, ocorreram danos no calçamento e ajardinamento da Avenida Beira-Mar.
O popular "vento de fora", do mar em direção à costa, chegou aos 80 km/h em Tramandaí. No dia seguinte, já foi possível contabilizar os prejuízos. Em função das notícias, muitos veranistas se deslocaram aos balneários para conferir os estragos. A ressaca também afetou praias do Litoral Sul.