O velho terminal do aeroporto de Porto Alegre voltou a ter movimento, burburinho e elegância. Não são os animados ou apressados passageiros, como em outros tempos. O prédio modernista recebe até 13 de julho a CasaCor RS, mostra de arquitetura, decoração e design.
O edifício da década de 1950 era o principal do Aeroporto Internacional Salgado Filho até 2001, quando foi inaugurado o atual terminal. É um local que está na memória afetiva de muitas famílias. São lembranças dos passeios de férias, da correria de trabalho, dos encontros e das despedidas.
O terminal foi inaugurado em 19 de abril de 1953. Com a benção do arcebispo metropolitano, Dom Vicente Scherer, o governador Ernesto Dornelles e o ministro da Aeronáutica, brigadeiro Nero Moura, abriram uma nova fase para a aviação no Rio Grande do Sul.
O aeroporto de Porto Alegre já homenageava no nome o político Joaquim Pedro Salgado Filho, que morreu em acidente aéreo em 1950. No térreo do prédio, ficavam espaços das companhias aéreas e o salão de passageiros. O segundo pavimento tinha salas da administração, restaurante e café, além de terraço externo para até 200 pessoas. Em frente, ficou o estacionamento de veículos sem cobertura.
No interior do terminal, o mural “A Conquista do Espaço” foi pintado por Aldo Locatelli, com o apoio de Attillio Pisoni e Emilio Sessa.
As obras foram rápidas, já que a assinatura do contrato ocorreu em agosto de 1951. Além do terminal, o aeroporto ganhou nova pista. O investimento foi dividido entre Estado, União e Varig.
Na inauguração, seis companhias ocupavam espaços no aeroporto: Aerovias Brasil, Cruzeiro do Sul, Lóide Aéreo Nacional, Panair do Brasil, Real Transportes Aéreo e Varig. O movimento, no início da década de 1950, era de 24 mil passageiros desembarcados e embarcados mensalmente.
Inundado nas enchentes de 1941 e 2024, o aeroporto fica na várzea do Rio Gravataí. Em 1923, a Brigada Militar colocou no local o recém-criado serviço de aviação. Na década de 1930, em função da expansão da aviação comercial, surgiu o Aeródromo São João.