Em uma noite de sábado de 1967, incêndio destruiu um ícone da hotelaria de Porto Alegre. O fogo consumiu por quatro horas o Edifício General Mallet, na esquina das ruas dos Andradas e Caldas Júnior. Por muito tempo, o bonito prédio em estilo Art Nouveau abrigou o Grande Hotel, o mais importante da primeira metade do século 20 no Estado.
O Grêmio Beneficente dos Oficiais do Exército (GBOEX) comprou o edifício, em 1956, da família Cuervo, que fechou o hotel naquele ano. O imóvel passou por reforma, adaptado para escritórios. No local, passaram a funcionar serviços de saúde para os associados do GBOEX, além de salas comerciais e lojas alugadas para empresas e entidades.
Em 13 de maio de 1967, o fogo começou em curto-circuito no quinto andar. Os bombeiros enfrentaram dificuldades para combater as chamas devido ao mau estado das mangueiras e à falta de água. Uma lancha bombeou água do Guaíba para amenizar os transtornos.
Por sorte, em função do dia e do horário, poucas pessoas estavam no prédio. No trabalho, dois bombeiros ficaram feridos. O incêndio tumultuou o Centro Histórico. Os cinemas Guarani, Imperial e Cacique, localizados na vizinhança, suspenderam as sessões da noite.

O Grande Hotel passou a funcionar no novo edifício da Rua da Praia em 1919. Ele hospedava empresários, políticos, artistas e as famílias ricas. Lá moraram políticos como Getúlio Vargas. No apartamento 208, ficava Oswaldo Aranha.
No Grande Hotel, foi articulada a Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas à presidência do Brasil. No sexto andar, a Rádio Sociedade Gaúcha montou seu primeiro estúdio e inaugurou as transmissões em 19 de novembro de 1927.
O incêndio deixou só as paredes em pé. O Edifício General Mallet foi destruído para a construção do Edifício GBOEX, onde fica hoje o Rua da Praia Shopping.