O último trecho preservado da velha faixa de concreto de Gravataí foi tombado como patrimônio histórico-cultural. Inaugurada em 1934, a estrada deixou mais rápida a viagem até Porto Alegre. As partes conservadas somam 128 metros de extensão, ao lado da Avenida Dorival Cândido de Oliveira.
No decreto número 23.298, de 2 de junho de 2025, o prefeito de Gravataí, Luiz Zaffalon, declarou de utilidade pública, para fins de tombamento de patrimônio histórico-cultural, o trecho remanescente entre as paradas de ônibus números 72 e 73, na Vila São Geraldo. Fica proibida qualquer intervenção que implique destruição, alteração ou descaracterização.

A faixa de concreto é um marco na modernização do sistema rodoviário no Estado. José Loureiro da Silva, então prefeito de Gravataí, foi o grande incentivador da obra. Quando foi inaugurada, ele já não estava no cargo. Com cobrança de pedágio, o município arrecadou recursos para pagar a construção. Na época, o Estado era governado pelo general Flores da Cunha, interventor federal.

A firma Dahne, Conceição & Cia construiu, a partir de 1933, duas faixas de cimento. A outra obra ligou Porto Alegre a São Leopoldo. Nos dois projetos, a estrada ficou com três metros de largura, além de calçamento de pedras irregulares nas laterais.
— Vamos fazer um memorial e homenagear Loureiro da Silva, um visionário e o maior prefeito da história de Gravataí. Queremos preservar a primeira estrada pavimentada do Estado, símbolo de desenvolvimento — explica Zaffalon.
Em 22 de abril de 1934, a inauguração ocorreu no ponto final da estrada de concreto, no Centro de Gravataí. No local, fica hoje a Praça do Quiosque, onde monumento celebra a construção. A festa ocorreu poucos dias antes da entrega oficial da outra faixa, em São Leopoldo.
A estrada pavimentada começava na ponte sobre o Rio Gravataí. A Avenida Flores da Cunha, em Cachoeirinha, e a Avenida Dorival Cândido Luz de Oliveira, em Gravataí, ficam hoje no traçado da faixa, que também era usada nas viagens para o Litoral Norte.