
Os animais já foram as grandes atrações dos circos. Leões, tigres, ursos, elefantes, macacos e tantos outros bichos adestrados encantavam e amedrontavam crianças e adultos. O problema é que, ao longo de décadas, foram inúmeros casos de maus-tratos, abandono e ataques, episódios de domadores, tratadores e espectadores feridos e mortos.
Há 20 anos, Zero Hora noticiou o caso de um menino de 8 anos ferido em uma apresentação do Circo Rodeio Búfalo, em Restinga Seca, região central do Estado. O número do leão Simba, que passava pelo meio de círculos de fogo, estava no final.
Em torno de 400 pessoas assistiam ao espetáculo naquela noite de domingo, em 5 de junho de 2005. O palhaço já havia anunciado a próxima atração, a "ginetada com pôneis". O menino subiu na grade que separava o público do picadeiro. Neste momento, foi atacado pelo leão.
Imediatamente, o domador deu um choque elétrico no animal. O leão recuou. Quando se preparava para dar o segundo bote, foi atingido novamente. Simba morreu no picadeiro. Por sorte, o garoto teve apenas ferimentos leves no pescoço e nas costas.

Poucos dias antes, um tigre feriu um tratador do Circo Bremer, que estava montado em Lavras do Sul. Na época, começava um movimento para aprovação de leis proibindo a exibição de animais em circos. A Câmara de Vereadores de Porto Alegre foi pioneira. Em 2009, entrou em vigor lei aprovada pelos deputados estaduais para proibição em todo o Rio Grande do Sul. Os donos de circos reagiram, contrários à restrição.
Mesmo sem os bichos, o circo ainda consegue encantar os públicos de todas as idades. Para os apaixonados como eu pelas trupes que percorrem as cidades levando a arte circense, é uma alegria ver montado, em Porto Alegre, o Mirage Circus, que voltou à cidade depois uma temporada sensacional na última passagem.

Na plateia, ainda vejo as crianças encantadas com malabaristas, acrobatas, palhaços e outros artistas que mantêm viva a tradição mambembe. A magia do circo resiste.
Viva o circo!