A Festa Nacional do Vinho apresenta a pujança econômica e a força comunitária de Bento Gonçalves. Realizada desde 1967, a Fenavinho projeta nacionalmente a cidade da serra gaúcha. No ano de comemoração dos 150 anos da imigração italiana no Estado, o evento chega à 20ª edição. ExpoBento e Fenavinho ocorrem até 22 de junho, no Parque de Eventos de Bento Gonçalves.
No livro Fenavinho - mais do que uma festa, lançado na última segunda-feira, Fabiano Mazzotti e Itacyr Giacomello resgatam a história do evento. A 1ª Fenavinho ocorreu entre 25 de fevereiro e 12 de março de 1967.
O engenheiro-agrônomo Loreno Augusto Gracia, delegado regional agrícola da Secretaria Estadual da Agricultura, plantou a semente da Fenavinho em 1965, após voltar da Festa da Uva de Caxias do Sul. Em Bento Gonçalves, ele sugeriu à Associação dos Ex-alunos Maristas a realização de um festival do vinho. O que seria uma festa para comemorar os 25 anos do Colégio Marista Aparecida virou uma festa nacional, com envolvimento da prefeitura, empresas e entidades.
Gracia foi o presidente da festa até 1966, durante os preparativos, mas renunciou. O substituto foi o gerente da indústria de massas Isabela, Moysés Luiz Michelon. Empresas e pessoas contribuíram para a construção do pavilhão no parque. Em festa no Clube Ipiranga, Sandra Guerra foi eleita a Imperatriz do Vinho, ao lado das damas de honra Liane Maria Mazzini e Iegle Gehlen.

O vinho encanado virou a grande atração da festa. Em mangueiras transparentes, vinho branco e tinto desciam do alto de um prédio e chegavam às torneiras em três tendas montadas na Rua Marechal Deodoro. Tudo de graça para o público.

Durante o planejamento, surgiu a preocupação com exageros e confusão. Precavida, a organização da Fenavinho encomendou a produção de um vinho com graduação alcoólica máxima de oito graus, fornecido pela Cooperativa Aurora. O vinho encanado virou uma tradição na cidade.
Na 3ª Fenavinho, em 1975, a organização construiu o pórtico em formato de pipa, que virou cartão-postal na entrada da cidade. Em madeira, a empresa Sandri & Cia. Ltda. ergueu a estrutura de 18 metros de altura e 16 metros de diâmetro. Destruído em um vendaval nos anos 1980, o pórtico foi reconstruído em concreto. Por um vão, os veículos passam dentro da pipa.

— A Fenavinho, constantemente, representa a virada de página para a cidade. Sempre contribuiu para ser vitrine — destaca Mazzotti.
O novo livro tem 368 páginas e mais de 500 fotografias. Oferece também códigos QR que levam os leitores a diversos momentos da feira por meio de vídeos e aos capítulos em áudio. A publicação pode ser comprada em livrarias de Bento Gonçalves (APP, Aquarela, Paparazzi e Dom Quixote) e no site www.fabifoto.com.br.
O documentário da festa em 1967, narrado por Cid Moreira, pertence ao acervo do Arquivo Histórico de Bento Gonçalves.