
O movimento escoteiro completa cem anos nos colégios maristas do Brasil. Em 1º de março de 1925, foi criado o primeiro grupo na Escola de Artes e Ofícios, em Santa Maria. A iniciativa partiu de Augusto Ribas, diretor da Cooperativa de Consumo dos Empregados da Viação Férrea do Rio Grande do Sul, fundadora do colégio. Alfredo Mariante foi o primeiro chefe do grupo.
Numa entrevista em 1964, o Irmão José Otão, então reitor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), recordou do período em que lecionou em Santa Maria, no final dos anos 1920.
— Funcionava na escola uma excelente tropa, a qual exercia uma real influência entre os estudantes. Lembro-me, com admiração, da atuação dos escoteiros no ambiente escolar, especialmente no sentido da prática diária da "boa ação" — relembrou.
O pioneiro grupo escoteiro de Santa Maria já encerrou atividades. O Almanaque Gaúcho publica a lembrança enviada pelo leitor Lourival Francisco dos Santos Junior, diretor-presidente do Grupo Escoteiro Tupã-Ci, do Colégio Marista Rosário, e autor do livro O escotismo nos colégios maristas do Rio Grande do Sul.
O escotismo foi fundado por Robert Baden-Powell, na Inglaterra, em 1907. É um movimento de educação não formal, que se preocupa com o desenvolvimento integral e com a formação permanente dos jovens. Em 1910, chegou ao Brasil, com a formação do primeiro grupo no Rio de Janeiro.
Os colégios maristas têm hoje 12 grupos de escoteiros no Brasil, sendo quatro no Rio Grande do Sul. Para celebrar o centenário, entre os dias 19 a 22 de junho, ocorre o IX Maristaba - Acampamento Nacional de Grupos Escoteiros de Colégios Maristas. O evento reúne 300 pessoas, incluindo um grupo do Chile, no Colégio Marista Graças, em Viamão.
A primeira edição do Maristaba ocorreu em janeiro de 1968, em Canoas. O nome é formado pelas palavras "marista" e "taba" (aldeia, em tupi-guarani), ou seja, uma aldeia marista.