
A Rua Riachuelo está entre as primeiras abertas em Porto Alegre. Paralela às ruas Duque de Caxias e dos Andradas, corta o Centro Histórico. O nome foi dado em 1865, após a vitória brasileira na batalha naval do Riachuelo, na Guerra do Paraguai.
Nos primórdios da cidade, o atual traçado era dividido em duas ruas. O cronista Antônio Coruja (1806-1889) escreveu que a Rua do Cotovelo ficava no trecho da Rua da Ladeira (Rua General Câmara) para os lados do Arsenal (Usina do Gasômetro). O outro trecho era a Rua da Ponte, da Rua da Ladeira em direção ao Portão (Praça Conde de Porto Alegre).
No livro Porto Alegre: Guia Histórico, o historiador Sérgio da Costa Franco (1928-2022) cita que encontrou escritura de compra e venda de 1788 referente a "uma morada de casas cobertas de telhas" na Rua do Cotovelo. Em ata da Câmara Municipal, em 1806, consta referência à Rua da Ponte.
Na Rua do Cotovelo, em 1800, foi aberta a primeira escola regular de Porto Alegre, do professor Antônio d´Ávila, o "Amansa-Burros". Em 1820, o botânico francês Auguste de Saint-Hilaire descreveu que três longas ruas paralelas - a Riachuelo fica no meio - cortavam a cidade, atravessadas por outras ruas menores. Em seu livro sobre a viagem, escreveu que "várias dessas ruas transversais são calçadas; outras só em parte, mas todas em muito mau estado".
Todo o traçado passou a ser denominado Rua da Ponte em 1843. Uma pedreira, que ficava na esquina da Rua Clara (Rua General João Manoel), foi destruída um ano depois.
Em 17 de agosto de 1865, por requerimento do vereador Martins de Lima, o nome foi trocado para Riachuelo, uma homenagem à vitória naval contra os paraguaios dois meses antes. A Cia. Hidráulica Porto-Alegrense levou água encanada para as casas da rua naquela década. Em 1869, já eram atendidos 110 domicílios.
Na Rua Riachuelo, em 1886, ficou a sede da primeira companhia telefônica da cidade. Em 1892, a estatística predial encontrou 349 prédios no logradouro, sendo 270 térreos, 44 sobrados e 35 assobradados.