Fundado em 1890 pelos padres jesuítas, o Colégio Anchieta teve as primeiras professoras nos anos 1960. Por sete décadas, apenas homens lecionavam para as turmas, formadas somente por meninos. Carmen Rosa Brufato foi a primeira professora leiga, admitida em 1963 para dar aulas no 4º ano do curso primário.
A professora chegou ao colégio no primeiro ano de atividades no novo prédio, na Avenida Nilo Peçanha, em Porto Alegre. Quatro turmas do primário (atual Ensino Fundamental 1, da 1ª a 5ª série) estavam sob responsabilidade das Irmãs Franciscanas Bernardinas. Naquele ano, os alunos estavam divididos entre o antigo prédio, na Rua Duque de Caxias, e a nova unidade. Carmen lecionou na escola até 1971.
Em 1966, o Anchieta se tornou um colégio misto, recebendo suas primeiras alunas. A tradutora e professora de francês e alemão Ana Lúcia Mazzali fez parte daquele grupo pioneiro de meninas. Aos nove anos, ingressou na turma do 3º ano do primário. Ela lembra que, desde o início, a relação com os meninos foi muito boa. Guris e gurias só ficavam separados nas aulas de Educação Física.
— Eu tenho ótimas lembranças daquela época, especialmente das irmãs que davam aulas no Anchieta — recorda a ex-aluna.
Em junho de 1965, o colégio encerrou as aulas no centro de Porto Alegre, completando a transferência para a nova sede. O Anchieta, que completou 135 anos, conta com aproximadamente 3 mil alunos. No total, são 1.543 meninas. O colégio conta com 308 funcionárias acadêmicas e administrativas, o que corresponde a 63% do total do quadro de pessoal. Elas seguiram o caminho aberto em 1963 pelas irmãs e pela professora Carmen.