Marca presente em mais de 120 países, a Tramontina começou com uma pequena ferraria em Carlos Barbosa, na serra gaúcha. Em 1911, o filho de imigrantes italianos Valentin Tramontina passou a fazer reparos para indústrias e ferragem para cavalos. O Canivete Santa Bárbara, lançado em 1930, foi o produto "número 1" da empresa, fabricado em maior quantidade.
Feito de aço e chifre de boi, o canivete era resultado de um trabalho artesanal, utilizando limas, marretas, martelos e outras ferramentas rudimentares. Moldes serviam de guia para o corte do aço em uma talhadeira movida pela força dos pés. Os chifres usados nos cabos eram recolhidos nos abatedouros da região.
Mesmo após a chegada das primeiras máquinas, grande parte do processo de fabricação dos canivetes dependia da habilidade manual dos cuteleiros. Na época, a produção diária chegava a 24 peças. Em função da crescente demanda, muitas vezes, a pequena fábrica funcionava à noite, sob luz de lampiões.

Depois da morte de Valentin, em 1939, a viúva Elisa De Cecco Tramontina passou a controlar os negócios. Em mercados da Serra e de Porto Alegre, negociava a produção. Com o seu trabalho, conseguiu superar os tempos difíceis da Segunda Guerra Mundial.
O futuro da Tramontina teria novos rumos a partir de 1949, quando Elisa constituiu sociedade com o filho Ivo Tramontina e Ruy J. Scomazzon. Os investimentos em novas tecnologias, aliados ao início do processo de laminação do aço, impulsionaram a transformação da empresa, em 1961, para uma sociedade anônima. No mesmo ano, Elisa faleceu.
Em 1969, a Tramontina realizou sua primeira exportação. Os produtos foram para o Chile, abrindo novos mercados que expandiram a produção. A indústria gaúcha virou uma marca global.
Em 2011, na comemoração do centenário, a empresa relançou seu primeiro produto, o Canivete Santa Bárbara. A réplica, fabricada com equipamentos modernos, segue traços e materiais originais com cabo de chifre e lâmina de aço.

A Tramontina, que também tem lojas próprias, fabrica atualmente mais de 22 mil itens em nove unidades, sendo seis no Rio Grande do Sul, uma no Pará, uma em Pernambuco e uma na Índia. A pequena ferraria evoluiu para uma empresa que soma mais de 10 mil funcionários e mais de 900 robôs nas fábricas.
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