O casario da Avenida Borges de Medeiros preserva a história de Santo Antônio da Patrulha. As coloridas casas luso-açorianas foram construídas na parte alta da cidade entre os séculos 19 e 20. O prédio do Museu Caldas Júnior, de 1820, é o mais antigo. O município nasceu no entorno da avenida, antigamente chamada Rua da Direita.
Instalado oficialmente em 1811, Santo Antônio da Patrulha é um dos quatro primeiros municípios do Estado, junto com Rio Grande, Rio Pardo e Porto Alegre. O nome tem origem nas patrulhas responsáveis pela cobrança de impostos sobre o gado que passava na Estrada dos Tropeiros.
O soldado Inácio José de Mendonça e Silva e a sua esposa, Margarida Exaltação da Cruz, são considerados os fundadores do povoado. Em 1743, se estabeleceram com roças e casas. Em suas terras, construíram a capela de Santo Antônio, onde hoje fica um monumento, a Pira, na Avenida Borges de Medeiros.
— As casas foram construídas como uma fortificação, uma colada na outra, alinhadas junto ao passeio público. As paredes externas têm 60 centímetros de largura para oferecer proteção em caso de ataques — explica o historiador Fernando Rocha Lauck, diretor de Cultura do município.

Na zona histórica da avenida, são 66 casas. Desde a década de 1990, a prefeitura oferece isenção parcial ou total do IPTU para proprietários que preservam seus imóveis. A avenida foi a principal do comércio até a migração para o entorno da Estrada Velha, a ERS-030, construída no final dos anos 1930.
Em novo projeto para preservar a memória, os moradores e visitantes terão informações históricas das casas em placas nas fachadas. A primeira foi colocada no prédio da Câmara de Vereadores, que já foi moradia, sede do Sport Club Jaú e a tradicional Loja Santo Antônio.
Nas placas, um QR Code direciona para fotos, vídeos e documentos. A comunidade pode colaborar com imagens e histórias dos imóveis. O projeto Caminho de Memórias é uma parceria entre Museu Caldas Júnior, Instituto Histórico e Geográfico e Secretaria Municipal da Cultura, Turismo e Esportes.