
É quase inacreditável, mas ainda temos, no nosso “quintal”, um patrimônio histórico e cultural imenso desvalorizado e pouco conhecido dos turistas brasileiros e estrangeiros (e, arrisco-me a dizer, até dos próprios gaúchos): as Missões Jesuíticas. Isso vai mudar.
Pelo menos, é o que promete o conjunto de ações lançado na última semana pelo governo do Estado para marcar os 400 anos das Reduções, que serão celebrados em 2026.
Com investimento inicial de R$ 50 milhões, foram assinados 16 convênios entre Estado e municípios, para requalificar museus e criar novos atrativos turísticos.
O foco é fazer com que os visitantes permaneçam, no mínimo, três dias na região.
— Vamos criar parques temáticos, espetáculos permanentes e melhorar a infraestrutura para fazer com que todo esse potencial seja reconhecido e gere desenvolvimento — diz o secretário estadual da Cultura, Eduardo Loureiro, missioneiro dos quatro costados.
Tem muita coisa legal no horizonte, a começar pelas projeções gigantescas que vão iluminar as fachadas da Catedral Angelopolitana e da Igreja da Redução de São Miguel, duas preciosidades.
Essas exibições (chamadas tecnicamente de “video mapping”) contarão a história dos locais, terão 30 minutos de duração e serão permanentes, com tecnologia full HD e sistema de som portátil individual (como nas traduções simultâneas, para eliminar o impacto sonoro no entorno).
Outra baita novidade é o Parque Mundo Missioneiro, com seis hectares, perto do Sitio Arqueológico de São Miguel. O espaço vai reproduzir todo o esplendor dos 30 Povos, mostrando, na prática, como era a distribuição geográfica de cada um e como o espaço era ocupado.
Também serão criados, entre outras estruturas, centros de interpretação da paisagem rural missioneira, em Bossoroca, e da história missioneira, em São Miguel, para que os turistas possam compreender melhor o que se passou em cada lugar.
Se der certo (o desafio é tirar tudo do papel), será um golaço, não só para a região, mas para o Rio Grande do Sul como um todo.