
Não importa partido, posição política, nada disso. Mesmo que se discorde das manifestações da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ele merece respeito, sim. Como toda mulher.
O que Marina sofreu na Comissão de Infraestrutura do Senado, na última terça-feira (27), tem nome e sobrenome: machismo e misoginia. Às vezes, as coisas precisam ser ditas, por mais que isso incomode alguns seres retrógrados que parecem viver no tempo das cavernas.
Não bastasse implodir a Lei Geral do Licenciamento Ambiental, os senadores participaram ou foram coniventes (porque se omitiram) de um "festival de agressões", como bem definiu a ministra em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, na manhã desta quarta-feira (28).
Com uma história de vida conectada à Amazônia, Marina sempre causou desconforto por sua postura muitas vezes intransigente na defesa dos nossos biomas.
Defesa, esta, que ao fim e ao cabo, deveria ser vista, não como "resistência" a ser derrubada e atacada, mas como visão estratégica para o futuro do Brasil — inclusive da nossa economia.
Estamos no olho do furacão das mudanças climáticas, e o debate, lamentavelmente, resvala para o preconceitos de gênero. É inacreditável, para dizer o mínimo. Nem no governo Marina tem o apoio que deveria ter.
Precisamos abrir os olhos. Não tem "planeta B". Precisamos de mais Marinas.