O jornalista Carlos Redel colabora com a colunista Juliana Bublitz, titular deste espaço.

— É o mais perto que você chegará de um show da Amy — crava o baixista Dale Davis, que era integrante da banda original de Amy Winehouse (1983-2011), sobre apresentação que ocorrerá em Porto Alegre.
O artista lidera o projeto The Amy Winehouse Band, que reúne a banda original da icônica cantora britânica, que morreu precocemente e deixou uma legião de fãs desamparados.
Os músicos, neste 15 de maio, desembarcam na Capital — mais especificamente, no Auditório Araújo Vianna — para celebrar o legado de Amy e, mais do que isso, reviver os clássicos entoados pela rainha do soul britânico.
No repertório, estão sucessos do álbum Back to Black, considerado por muitos a obra-prima da cantora, além de outros destaques de sua discografia. E, para levar as canções aos ouvidos dos gaúchos, Bronte Shande assume os vocais.
Abaixo, confira a entrevista exclusiva com Dale Davis:
Quando e por que vocês decidiram voltar à estrada como a banda da Amy Winehouse?
Passei quatro anos com as pessoas me perguntando se eu ia retomar a banda para tocar músicas da Amy. As pessoas diziam que, se alguém deveria tocar as músicas dela, deveria ser eu e a banda. Mas quando o documentário sobre a Amy foi lançado, em 2015, e a produtora Retrospective Live me abordou, senti que era o momento certo para voltar à estrada.
Como tem sido a reação do público? Como vocês se sentem em relação à aceitação do público?
A reação do público tem sido o que realmente importa. A Amy nos deu muito amor e respeito, e esta é a nossa maneira de retribuir ao público. Depois de algumas semanas tocando, em 2016, na Holanda, uma mulher levou sua mãe doente para um show (era desejo da mãe dela assistir ao show antes de falecer). Isso me fez perceber que o público é a parte mais importante do show.
Da época em que você se apresentou com a Amy, o que você manteve e trouxe para o palco para as apresentações?
Mantivemos o show como era quando nos apresentamos com a Amy. Dessa forma, o público pode sentir o máximo possível como era com a Amy.
Quem está na banda agora? São todos os membros originais da banda que acompanhou a Amy?
Todos são membros originais, exceto o tecladista. A Amy tinha apenas dois tecladistas e um decidiu que não queria se apresentar, enquanto o outro se junta a nós regularmente. Já houve shows em que nove de nós, membros originais, se apresentaram. Depende do orçamento e do tipo de show.
Como vocês escolheram Bronte Shande como vocalista principal? É verdade que haverá convidados locais cantando algumas músicas nos shows? Se sim, você pode nos dizer quem receberá essa missão em Porto Alegre?
Conheci a Bronte em uma noite de microfone aberto em Bristol, em 2018. Era para ter outra artista cantando músicas da Amy, mas ela desistiu no último minuto e a Bronte entrou. Assim que Bronte cantou, eu soube que queria trabalhar com ela, mesmo que ainda fossem necessários três anos para isso acontecer. Ela tem sido ótima desde então. Ela me lembra a Amy dos primórdios.
E, sim, entrei em contato com outras cantoras covers de Amy na América do Sul, pois elas têm mantido contato comigo ao longo dos anos e sentiram que seria uma boa oportunidade para cantarem conosco. Elas não cantarão muitas músicas, mas só a presença local já agrega valor aos shows, na minha opinião.
O que as pessoas podem esperar do show que veremos aqui em Porto Alegre?
É o mais perto que você chegará de um show da Amy. Não somos um tributo no sentido de shows tributo, pois tivemos a experiência de conhecer e trabalhar com a Amy. Trabalhei com a Amy por oito anos, e ela foi uma verdadeira amiga, além de colega.
Acreditas que a Amy estaria orgulhosa de vocês seguirem com o show?
Amy não gostaria de nos ver sem trabalho. Tenho certeza de que ela teria pensado: "Qual é o motivo de tanto alvoroço?", já que ela era uma artista tão humilde quando se tratava de si mesma.
Serviço
- O quê: show da banda original de Amy Winehouse
- Onde: Auditório Araújo Vianna (Avenida Osvaldo Aranha, 685), em Porto Alegre
- Quando: 15 de maio, às 21h
- Ingressos: na plataforma Sympla, na loja Planeta Surf do Bourbon Wallig (Av. Assis Brasil, 2611) e na bilheteria do auditório duas horas antes da apresentação começar
- Quanto: de R$ 100 a R$ 400, dependendo do lote, local escolhido e descontos