Uma das mais tradicionais e queridas do Brasil, a Livraria da Travessa, nascida no Rio de Janeiro, há 50 anos, está prestes a ter uma filial em Porto Alegre. Em parceria com o repórter Guilherme Gonçalves, de GZH, a coluna mostra em primeira mão como será o projeto, que já está em andamento e deve ser inaugurado no fim de agosto.
Fundada em 1975 como reduto de resistência à ditadura militar, a rede criada por Rui Campos vai funcionar no Shopping Iguatemi. Será a 15ª loja do grupo, que atua no Rio, em São Paulo, em Brasília e em Lisboa, Portugal.
O espaço na capital gaúcha, que será gerido pela jornalista e tradutora Eunice Gruman, terá 400 metros quadrados, seguindo os moldes da loja inaugurada recentemente no Iguatemi da Avenida Faria Lima, em São Paulo — com pé direito alto, iluminação especial e prateleiras do piso ao teto.
O projeto é assinado por Bel Lobo, sócia da livraria e uma das profissionais mais requisitadas do Brasil no ramo da arquitetura comercial (são dela, por exemplo, projetos da Farm, da Richards e da Salinas).
— Nossa ideia é provocar impacto visual nas pessoas. Elas olham e ficam de boca aberta, porque dá para ver de longe aquele colorido, com as prateleiras enormes e o teto aparente. Em São Paulo, até hoje a loja é uma sensação — conta Rui.
O empresário virá a Porto Alegre nos próximos dias para participar do Festival Fronteiras. A Travessa terá uma estrutura especial no evento, que ocorre nos dias 28, 30 e 31 na Praça da Matriz.
A Livraria da Travessa
A história do negócio começou em 1975, na pequena Livraria Muro, situada no subsolo de uma galeria do bairro de Ipanema, no Rio de Janeiro. A Muro se tornou lugar de resistência política ao abrigar performances dos poetas da chamada poesia marginal, além de livros de oposição ao regime militar.
Em 1986, a loja ocupava o número 11 da Travessa do Ouvidor, no centro da cidade, quando virou Livraria da Travessa.
A pequena Travessa Do Ouvidor é transversal à efervescente e vanguardista Rua do Ouvidor do início do século 20 — um dos berços da atividade tipográfica e das primeiras livrarias brasileiras, onde escritores, cronistas e jornalistas se encontravam, liam seus jornais, tomavam café e se inspiravam para escrever.
No decorrer dos anos 1980 e 90, a Travessa especializou-se no mercado de livros estrangeiros e de arte, tornando-se distribuidora de obras importadas para outras livrarias.
De lá para cá, o negócio se consolidou e fez história. Hoje, são 14 filiais, 13 no Brasil e uma em Portugal.





