Vinhos autorais, produzidos de forma artesanal e única em uma vinícola erguida no quintal de uma residência em Taquara, a 80 quilômetros de Porto Alegre, andam conquistando paladares exigentes, em restaurantes laureados - como o Oteque, do chef Alberto Landgraf, no Rio, e o icônico Manu, comandado por Manu Buffara, em Curitiba, no Paraná.
Por trás dos rótulos da Rua do Urtigão (local onde tudo começou, em 2015), está um cardiologista de sorriso doce e olhar sonhador, apaixonado por tudo o que envolve a vitivinicultura.
Rubem Kunz, 71 anos, tomou gosto pela bebida por influência dos avós e acabou se tornando vinhateiro - por hobby e por vocação. Com as uvas selecionadas, colhidas por produtores parceiros em municípios como Monte Belo do Sul, Araricá, Piratini, Encruzilhada do Sul e Vacaria, o médico decidiu fazer o próprio vinho, fugindo dos padrões do mercado.
Curioso, aprendeu a vinificar usando o método natural, uma tendência entre pequenos produtores mundo afora, em especial na França.
— Não faço intervenções químicas. Deixo o vinho fermentar espontaneamente a partir das leveduras do parreiral. O resultado é muito singular — diz o cardiologista, que envolve amigos e familiares no processo.
Até os rótulos são criados e colados nas garrafas por ele. As etiquetas levam imagens de telas pintadas por Valéria, com quem Rubem é casado há 46 anos, e de estátuas de mármore que ele fotografou em Florença, na Itália.
Em 2021, a produção chegou a 2,8 mil garrafas, número que deve se ampliar para 4 mil em 2022. Algumas das criações caíram no gosto de sommeliers renomados e foi assim que chegaram às cartas dos grandes restaurantes.
De seu consultório, em Taquara, Kunz sorri e celebra a conquista. Um brinde!
Anota aí!
Vale seguir o perfil @vinhosdaruadourtigão no Instagram para saber mais detalhes. No RS, os vinhos da Rua do Urtigão são encontrados no Parador Hampel, do chef Marcos Livi, em São Francisco de Paula, e no Oh, Suzana, da chef Suzana Neves, em Taquara.