
Acostumados a ver prédios novos surgirem pela cidade, os frequentadores do Centro Histórico de Porto Alegre foram testemunhas de um processo inverso: a demolição dos 19 andares do edifício Galeria XV de Novembro, conhecido como Esqueletão. A destruição foi acompanhada ao longo de quase dois anos pelo repórter fotográfico de GZH, Jonathan Heckler.
De dentro, de fora, do alto e de prédios vizinhos ou distantes, Heckler registrou o fim do imóvel, que resistiu por quase 70 anos, sempre inacabado. Foram mais de 4 mil toneladas de caliça, além de 73 toneladas de ferro, retiradas do local.
Nesta quinta-feira (8), a prefeitura de Porto Alegre realizará vistoria final no local, que, agora, é um terreno baldio. O futuro do imóvel ainda depende de definição por parte da Justiça.
Primeiras ações
Em agosto de 2022, um laudo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) apontou que, se nada fosse feito, o Esqueletão poderia ruir. Em abril de 2023, a Justiça autorizou a demolição do imóvel.
Em janeiro de 2024, a empresa contratada pela prefeitura iniciou a instalação de telas de proteção no prédio. Um mês depois, a demolição foi embargada por questões de segurança.
Demolição dos fundos
Somente em setembro, a destruição foi, de fato, iniciada, mas apenas pela parte anexa do prédio, localizada nos fundos do terreno. O prédio, de quatro andares, tinha acesso pela Avenida Otávio Rocha.
Torre principal
A destruição da torre principal, com seus 19 andares, foi iniciada em janeiro de 2025. A demolição do topo do prédio já indicava a nova vista que os moradores vizinhos teriam.
Fim dos andares altos
Em aproximadamente um mês, já foi possível perceber que os trabalhos seriam executados rapidamente. Percebendo a rapidez da destruição, a prefeitura desistiu de implodir o prédio, pois o uso de dinamites poderia impactar os imóveis vizinhos.
Andares mais baixos
Em agosto, a demolição já se encaminhava para o fim. Restavam apenas três andares intactos. No mês passado, a destruição chegou ao térreo. O Esqueletão, enfim, virou fantasma.
Depois da demolição
O imóvel tem cerca de 50 proprietários e há dívidas de IPTU. Em setembro de 2021, a Secretaria Municipal da Fazenda (SMF) avaliou o prédio em cerca de R$ 3,4 milhões.
A demolição custou à prefeitura em torno de R$ 3,79 milhões. A destruição foi arcada pelos cofres públicos, pois os proprietários não assumiram essa responsabilidade.
Caberá ao Judiciário dizer o que será feito com a área e como a prefeitura será ressarcida. Uma das opções é o terreno ser repassado ao Município. A prefeitura já demonstrou interesse.




