
A intrincada relação envolvendo o Grêmio, a Arena Porto-Alegrense, o Ministério Público, a prefeitura de Porto Alegre e outras empresas pode realmente estar mais próxima de ser resolvida. Muitos já deram opiniões sobre como solucionar o problema.
Agora chegou a minha vez de opinar. Sinto-me apto para tal, após acompanhar esse imbróglio por mais de uma década. Já adianto, porém, que, para dar certo, cada um dos envolvidos terá de ceder um pouco. Se ao menos um dos integrantes bater o pé, a proposta se somará a tantas outras já arquivadas.
Entenda passo a passo como seria
- A Revee tem a receber R$ 150 milhões pela construção da Arena. Ela comprou esse crédito do Santander e do Banco do Brasil após a OAS não quitar o montante. O Grêmio tem direito a outros R$ 75 milhões.
- Já a Arena Porto-Alegrense tem a receber em torno de R$ 160 milhões, caso o Tricolor opte por antecipar a gestão do estádio. O contrato firmado entre as partes tem validade até 31 de dezembro de 2033.
- Se o Grêmio pagar esses R$ 150 milhões para a Revee - nos bastidores, se discute a possibilidade de a empresa aceitar entre R$ 80 milhões e R$ 100 milhões -, a Arena Porto-Alegrense se livra de pagar os R$ 225 milhões pela construção do estádio que ainda estão em aberto. Sobrariam R$ 65 milhões em favor do Grêmio, valor que poderia abater a cobrança da Arena pela construção do Centro de Treinamento (CT) Luiz Carvalho e a quantia investida na festa de inauguração.
- Com essa movimentação, o clube gaúcho retiraria da jogada duas partes importantes (Arena Porto-Alegrense e Revee). A Arena do Grêmio deixaria de ter dívidas, o que hoje impede o Tricolor de entregar o estádio Olímpico.
- Restaria resolver as obras do entorno da Arena. Essa etapa se soluciona quando o Grêmio entregar o Olímpico para a Karagounis e a OAS 26. A Metha - dona da OAS 26 - já disse que doará a sua parte do terreno para a prefeitura. Com parte da área do Olímpico, a prefeitura assumiria o valor pelas obras do entorno da Arena, e outras duas partes seriam contempladas.
Complexo? Sem dúvida. Se fosse fácil, qualquer um teria resolvido.
Se alguém do Grêmio comprar a ideia, o tema também precisará passar pela aprovação da Justiça. Porém, como todos os interlocutores estarão contemplados, é improvável que alguém se insurja contra.