
Os bandidos gaúchos estão tendo momentos de alívio. O sistema Guardião, usado por policiais civis para monitorar ligações de áudio e vídeo feitas por criminosos, ficou fora do ar em decorrência da chuvarada desta segunda-feira (22). A plataforma de inteligência e investigação é controlada desde o Palácio da Polícia, sede da Polícia Civil gaúcha, situada na Avenida Ipiranga (em Porto Alegre) e que enfrentou um verdadeiro dilúvio na madrugada.
O Palácio da Polícia está com o telhado em obras e, por isso, as chuvaradas costumam provocar muitos danos físicos. Agora sabemos que também causa efeitos secundários nas investigações. Os alagamentos provocaram fortes críticas das entidades de classe da Polícia Civil, como a Associação dos Delegados de Polícia (Asdep) e a União Geral dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia do Estado do Rio Grande do Sul (Ugerim Sindicato).
O software Guardião é usado por policiais civis, federais e promotores de Justiça para grampear centenas de ligações de forma simultânea e interceptar vídeos. Ele também permite realizar análises, com uso de Inteligência Artificial. As interceptações são feitas mediante autorização judicial, que determina às empresas de telefonia a liberação do conteúdo das gravações.
O Guardiãofunciona de forma passiva, recebendo as gravações feitas por operadoras de telefonia e provedores de acesso à internet. Então, gera os arquivos de voz criptografados, armazena as informações, e disponibiliza uma série de ferramentas que auxiliam na análise, cruzamento de dados interceptados e identificação dos locutores.
A chuvarada também provocou danos em outros pontos do Palácio da Polícia, como a Delegacia de Proteção ao Idoso. Cascatas de água caíram pelo prédio.
O prejuízo com o Guardião será grande? Possivelmente, não. A previsão, no meio da manhã, era de normalização em breve. Mas é preocupante que uma simples chuva cause um dano desse tipo para as investigações.
A Polícia Civil mandou nota a respeito:
"Em decorrência da chuva do último final de semana, as contenções realizadas pela empresa responsável pela obra do telhado do Palácio da Polícia, destinadas a conter e escoar a água, não suportaram o volume precipitado. Em razão disso, houve acúmulo e extravasamento de água. Nesta segunda-feira (22/09), está sendo realizado o escoamento, considerando que a cobertura do telhado foi retirada para a colocação da nova estrutura, ocasião em que a chuva se intensificou. Ainda hoje, a empresa responsável foi notificada para que adote medidas adicionais durante a execução da obra, e a Secretaria de Obras foi acionada para acompanhar o processo".



