
Um dos setores mais importantes da Polícia Civil, o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), especializado em combate a quadrilhas, vivencia mudanças substanciais. Desde abril conta com uma delegacia específica para diminuir o poder de fogo das facções criminosas gaúchas. É a a Delegacia de Polícia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), dirigida pela delegada Samieh Saleh e que vai reprimir o comércio e aluguel de armas, munições e explosivos por parte dos quadrilheiros. Está na mira dessa especializada, também, os roubos e furtos ocorridos contra estabelecimentos que vendem armamento.
A Desarme é uma das cinco delegacias que integra um novo braço do Deic, a Divisão de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), comandada pelo delegado Max Otto Ritter. Especializado em mirar as finanças das facções, o próprio Max vai liderar a Delegacia de Repressão à Lavagem do Crime Organizado (DRLDOC). Essas duas novas delegacias se somam a duas bastante conhecidas nessa divisão do Deic, a Capturas (Decap), chefiada pelo delegado Gabriel Casanova, e a Delegacia de Investigação de Crimes Carcerários (Dicar), que reprime delitos praticados ou ordenados desde o âmbito dos presídios.
Na semana passada a Decap prendeu um líder de facção, conhecido como Gordo Cris, que estava foragido há 10 anos. Na mira estão outros foragidos das principais organizações criminosas metropolitanas: Manos, Bala na Cara, Família do Sul, Família Mathias Velho, V7 e Abertos.
O Deic também trouxe de Viamão uma das mais experientes delegadas gaúchas, Jeiselaure de Souza, para combater o Roubo de Veículos.
A reorganização no Deic aconteceu depois que foram desmembradas dele duas funções que originaram novos departamentos, recentemente: o de Repressão aos Crimes Cibernéticos (Dercc, chefiado pelo delegado Eibert Moreira, ex-Deic) e o dos Crimes Contra a Administração Pública (Dercap, chefiado pelo delegado Cassiano Cabral, que trabalhou nesse tipo de tema, no Deic).
O diretor do Deic, delegado João Paulo Abreu, diz que a ideia é reforçar a vocação desse departamento para a repressão ao crime organizado em nível interestadual.
— Desenvolver um trabalho qualificado e operacional, reprimir mais a lavagem. E buscar a captura de principais líderes de facção que estão foragidos — sintetiza o policial.