
Porto Alegre sedia nesta quarta-feira (14) a 4ª edição do encontro SULMaSSP, acrônimo das siglas que congrega as secretarias de Segurança Pública do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul. O encontro acontece na Escola de Negócios da PUCRS e se encerra na manhã de quinta-feira (15). É uma oportunidade de alinhamento de estratégias para o combate ao crime e integração das forças de segurança, visando a futuras operações em conjunto.
Para alegria dos gaúchos, há muito a celebrar e pouco a lamentar nos resultados obtidos pelas polícias estaduais. Estatísticas divulgadas esta semana pelo Atlas da Violência 2025, publicação anual do respeitado Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que analisa dados da criminalidade no país, mostram que o Rio Grande do Sul exibe a melhor performance relativa a crimes violentos dentre os Estados integrantes do SULMaSSP.
De 2018 a 2023, período que coincide com o governo Eduardo Leite, o Rio Grande do Sul registra redução de 26,6% no número de homicídios (os números de 2024 ainda não foram analisados). No mesmo período a redução foi de 18,4% em São Paulo, 21,9% em Santa Catarina, 9,4% no Paraná e 2,1% no Mato Grosso do Sul. É importante salientar que assassinato é considerado o crime mais grave tanto na lei como nos estudos indicativos de criminalidade, já que a vida é o maior bem do ser humano.
Em feminicídios o Rio Grande do Sul também obteve redução, de 12,5%, no mesmo período analisado pelo Mapa da Violência. São Paulo foi melhor nesse quesito (queda de 14,3%) e Mato Grosso do Sul (menos 27,3%), mas o número de mulheres assassinadas aumentou em Santa Catarina (15,4%) e Paraná (9,0%).
Mas não vivemos um trágico momento de assassinatos de mulheres? Sim, vivemos. Abril passado foi sangrento no Rio Grande do Sul, com 11 feminicídios, contra um homicídio deste tipo no mesmo mês do ano passado. Poderia se chamar de um surto. Vai continuar? As autoridades prometem fazer esforço decisivo para que as estatísticas de feminicídios voltem a cair, com incremento das patrulhas Maria da Penha (da Brigada Militar) e do atendimento nas Delegacias da Mulher, inclusive do registro de pedidos de proteção feitos pela internet, viabilizado agora.
Outras estatísticas do Rio Grande do Sul são dignas de ressaltar. Em relação a abril do ano passado houve 33% a menos de homicídios e 67% a menos de latrocínios, além de um recuo de 37% nos roubos a pedestres e 12% nos roubos de veículos. Em resumo, a tendência é boa. É preciso focar nos feminicídios, sempre de mais difícil prevenção, por ocorrerem, majoritariamente, na intimidade do lar e longe da Polícia.