
O balanço parcial do BNDES da procura pelo Programa de Liquidação de Dívidas deve sair nos próximos dias. No Rio Grande do Sul, levantamento feito pela Federação da Agricultura (Farsul) com instituições financeiras aponta que, em média, 20% da demanda será atendida. A informação tem como base o recurso destinado a cada uma delas — proporcional às carteiras e ao número de municípios atingidos.
Considerando todos os produtores e operações que se encaixam nas exigências para acessar a linha de renegociação e o dinheiro disponibilizado para cada banco, chega-se a essa média de 20%.
— Significa que, de cada R$ 5 da dívida que se enquadram na linha do BNDES, apenas R$ 1 terá contrato assinado, pela escassez de recursos — exemplifica Antônio da Luz, economista-chefe da Farsul.
No total, foram disponibilizados R$ 12 bilhões para essa linha, mas vale lembrar que a quantia é para todo o país, e não apenas para o Estado. A informação apurada em reunião realizada nesta terça-feira (04) com representantes das instituições financeiras na sede da Farsul, em Porto Alegre, será levada ao governo federal.
Outro ponto levantado é o do "formulismo", como definiu da Luz, em relação às exigências feitas:
— Para "passar na peneira", tem de se ajustar a uma série de circunstâncias.
Para quem não for contemplado com o acesso a essa linha, que tem juros subsidiados, deverá ser disponibilizado o crédito com juros livres. Essa possibilidade, recomenda o economista, precisa ser avaliada com cautela diante do cenário de juro elevado.
— A curva de juro não está mostrando segurança. As pessoas acreditam que quanto mais longo o prazo, melhor. Mas o prazo longo (de pagamento) não é garantia. Uma negociação malfeita pode ser o fim do negócio — adverte da Luz.
O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, acrescentou que "esse cenário de endividamento não interessa a ninguém, nem ao sistema financeiro, nem aos produtores".






