Mais de cinco meses depois do registro de influenza aviária em granja comercial do Rio Grande do Sul, uma ausência ainda deixa marcas nos resultados da exportação de frango do Estado. É a da China, único destino entre os grandes compradores que mantém suspensas as compras da proteína. Há expectativa de que a retomada esteja próxima, visto que uma comitiva esteve no Rio Grande do Sul para uma auditoria, no final de setembro.
— A China é um destino que faz falta, seria o nosso crescimento previsto, de 4% a 5% — avalia José Eduardo dos Santos, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).
No acumulado de janeiro a setembro, os embarques de carne de frango do RS tiveram 3% de queda em receita e de 2% em volume. Um percentual que revela, na avaliação de Renan Hein dos Santos, assessor de Relações Internacionais da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), a resiliência do setor:
— As exportações de carne de frango sofreram em 2025, já vinham sofrendo com o mercado chinês por causa da doença de Newcastle desde o ano passado. E teve a gripe aviária. Com tudo isso, está com uma queda, mas que poderia ser muito pior.
De fato, o tombo poderia ter sido maior. Para além dos chineses, que mantinham o embargo em razão do caso da Doença de Newcastle, em julho de 2024, uma nova leva de suspensões se seguiu quando da confirmação do caso de gripe aviária, neste ano. É o caso de compradores importantes como Chile e União Europeia — que já retomaram as compras.
Sobre as razões que explicam o caminho de recuperação, Santos destaca a capacidade de estocagem das empresas, a solução rápida do caso e o redirecionamento da oferta para outros mercados. No ranking dos cinco maiores compradores de carne de frango do RS em 2025, a China (que em 2024 ficou na terceira posição) está de fora, mas Singapura e Filipinas entraram na lista, e o Japão subiu de posição.
— Tivemos perdas, sim, mas entrando neste a China neste ano ainda, conseguimos fechar em equilíbrio — projeta o presidente da Asgav.





