
A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Em meio a novidades como salame de pinhão, patê de parmesão com nozes e licor de doce de leite, uma agroindústria de Não-Me-Toque, no norte do Estado, aposta no que “sempre deu certo” para marcar sua estreia na 3ª Feira da Agricultura Familiar, em Porto Alegre. Na vitrine das bancas Embutidos Bini e Lácteos Auler, o destaque são os tradicionais queijo e salame colonial, que estarão à venda até este sábado (8), no Largo Glênio Peres, no centro da Capital.
— Nesta época, normalmente estamos na colheita do trigo e no plantio da soja na propriedade. Mas, neste ano, nos organizamos para poder participar. Representa bastante em termos de venda — conta Vanderlei Bini, produtor que comanda as agroindústrias ao lado da esposa, Solange Auler Bini.
Na Embutidos Bini, o público encontra uma variedade de salames e linguiças produzidas a partir da matéria-prima de parceiros e receitas da família. Entre os produtos, estão o salame italiano, a linguiça, a copa, o salame magro e o bacon.
Já na Lácteos Auler, o destaque são os queijos elaborados com leite do rebanho jersey da propriedade: colonial, temperado e parmesão.

— No caso do leite, começamos a produção para agregar valor. É uma forma de reconhecimento, uma escolha para valorizar o trabalho das duas famílias nos dois segmentos — explica Bini, referindo-se à descendência italiana e à da esposa, alemã.

Uma das menores queijarias do Brasil, instalada às margens do Guaíba, na zona rural de Porto Alegre, a Tempo Naturalmente Queijo também faz sua estreia na feira deste ano. Para a primeira participação, o produtor Rodrigo Polidori apresenta duas criações: o Temprano, um queijo da família dos alpinos, com dois meses de maturação e casca natural, e o Florêncio, de massa crua, macia e casca florida, também com dois meses de maturação. Toda a produção tem origem no leite de apenas três vacas da raça jersey, criadas na propriedade.
E a expectativa é positiva, acrescenta o produtor:
— O lugar é muito bem posicionado, circula muita gente. Acho que vai ser um sucesso!
Além da Tempo Naturalmente Queijo e das agroindústrias da família Bini e Auler, outras 27 estreiam neste ano no evento.
Encontro entre campo e cidade
Mais do que um espaço para saborear a produção artesanal do interior, a Feira da Agricultura Familiar é um ponto de encontro entre o campo e a cidade. Essa aproximação foi destacada por Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS), durante o lançamento do evento nesta segunda-feira (3):
— O que a gente espera é que, aqui, os agricultores possam, além de trazer o produto, fidelizar clientes e aproximar o campo da cidade.
Com cem agroindústrias participantes — seis a mais do que em 2024 —, a feira funciona das 8h às 19h, com entrada gratuita.
A Fetag-RS é a organizadora do evento, em parceria com a Emater, a Secretaria do Desenvolvimento Rural e com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, da Prefeitura, da Universidade Federal da Fronteira Sul e do Alimento no Prato.




