
A indicação de que vem mais um La Niña pela frente coloca o Estado em atenção. O fenômeno, que se caracteriza pelos resfriamento da superfície das partes central e leste do Oceano Pacífico, traduz-se, para o Rio Grande do Sul, na perspectiva de redução de chuva. E é aí que mora o trauma do produtor gaúcho. Nas últimas quatro safras de verão, três registraram perdas em decorrência da estiagem. Soma-se a isso o estrago deixado pela enchente, no ano passado, e o resultado é uma perda da capacidade econômica no campo. E com efeitos que se estendem para todos os rincões, em um Estado onde o agro tem influência direta e indireta nos resultados.
A perspectiva de novo período com precipitações próximas ou abaixo da média para o período faz sombra à necessidade de recuperação, após essa sequência de tombos.
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos indica mais de 70% de permanência até fevereiro do fenômeno. As projeções da APEC Climate Center, da Coreia do Sul, indicam 65% de probabilidade de transição da fase neutra para fase fria (La Niña) no trimestre de outubro a dezembro deste ano, aponta o boletim trimestral do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada.
Independentemente do percentual de probabilidade e da duração, o fato é que essa condição traz um sinal amarelo.
— Temos de ficar alerta porque essa condição de chuva, na média ou abaixo dela nesse período, pode trazer impacto, principalmente no milho. Pensando no final de novembro, dezembro, estaremos no período crítico, quando a necessidade hídrica da cultura é intensa — explica Loana Cardoso, agrometeorologista da Secretaria da Agricultura do Estado, que falou sobre o tema neste domingo (12), em entrevista ao Campo e Lavoura, da Rádio Gaúcha.
Sem controle sobre o tempo, o produtor deve ficar atento a recomendações de manejo que podem minimizar impactos negativos da falta de chuva. Irrigação, controle e monitoramento de pragas, além do plantio escalonado são algumas dessas orientações.





