
A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Nos galpões da Central de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa/RS), morangos e cebolas despencaram ao menor preço dos últimos quatro anos. A batata também acompanha essa tendência, com o valor mais baixo dos últimos cinco anos. Para os consumidores, uma ótima notícia para o bolso; já para os produtores, quedas que trazem preocupação.
De acordo com o gerente técnico do complexo, Léo Marques, o comportamento das cotações tem a ver com as safras, que foram cheias, tanto no Estado, quanto no país, e com o clima, que também colaborou.
— Ótimo para o consumidor, mas ruim para o produtor. Por mais que se colha bem, é muito difícil prosperar e produzir com esses preços.
No caso da batata, a safra passada foi cheia na região de Ibiraiaras e São Francisco de Paula, o que fez com que o estoque de produto fosse longo. O valor do quilo do tubérculo foi de R$ 4,00 em 2022 para R$ 2,20 em 2025 (comparação com a primeira terça-feira de outubro).
— Foi inverno adentro com a batata do Estado. E já emendou com a safra do Sudeste, que também está muito boa. Agora, está vindo batata de São Paulo — esclarece Marques.
Já na cebola, a produção no Estado se concentra na Serra e em municípios como Ipê, Tavares e São José do Norte. No Brasil, está localizada no Sudeste. E, em ambos os casos, também foram fartas. O preço do quilo da hortaliça foi de R$ 5,00 em 2022 para R$ 1,50 em 2025 (comparação com a primeira terça-feira de outubro).
— E entrou cebola da Argentina, que também tinha tido uma boa safra, o que manteve o preço baixo — acrescenta o gerente técnico.
E no morango, o cenário é parecido. O clima equilibrado colaborou, sem umidade excessiva nem tempo seco demasiado. No Rio Grande do Sul, a produção vem do Vale do Caí e da Serra. O valor do quilo da fruta foi de R$ 14 em 2022 para R$ 12 em 2025.


