
Criado em 1959, o Conselho Oleícola Internacional soma 47 países e 21 membros (a União Europeia conta como um único). É a referência global para a olivicultura e o azeite de oliva. Diretor-executivo adjunto da organização, Abderraouf Laajimi está no Rio Grande do Sul, onde participa de uma série de atividades. Em entrevista à coluna, ele falou sobre a produção brasileira. Confira trechos da conversa.
Qual o papel do conselho?
O principal objetivo é o desenvolvimento da olivicultura e a disseminação de informações para promover a inovação do setor. A nível internacional, para facilitar o comércio, proteger consumidores e estabelecer padrões para facilitar as negociações entre consumidores e produtores. Nossa atuação é, basicamente, por meio de três atividades. A primeira, relacionada à padronização e pesquisa. O COI tem estabelecido padrões que serão aplicados na comercialização. É o passaporte para o comércio internacional de azeite de oliva, com o que foi acordado em consenso, em uma base científica, por todos os países. O outro campo importante que estamos trabalhando é relacionado às tecnologias e técnicas voltadas à cultura. O terceiro, é na economia e promoção.
Como é feita a elaboração dos padrões do azeite de oliva?
Temos grupos de especialistas que trabalham em muitos campo relacionados à produção de azeite. Uma análise físio-química, para estabelecer parâmetros, é aplicada e, também, uma sensorial, com a avaliação das propriedades organolépticas. Esse é um produto nobre, que é versátil, com muitas qualidade em termos de sabor. Isso é muito importante, para saber como detectar as características de azeite de oliva. Por meio dessa unidade, também organizamos uma avaliação interna, o prêmio Mario Solinas. É o terceiro ano que estamos organizando a competição na qual uma marca brasileira venceu o prêmio, o segundo lugar.
No que os consumidores devem prestar a atenção quando vão comprar?
Precisam saber se o produto que estão comprando é realmente extravirgem. Em geral, há um sistema de controle e vigilância feito pelo Ministério da Agricultura. Certificam, controlam. É realmente extravirgem? Outra coisa importante é que tipo de azeite de oliva extravirgem usar nas refeições. Porque podemos encontrar um que seja mais adequado, adaptado para a salada, para os frutos do mar ou para a carne. Precisamos ensinar as pessoas sobre isso. Também é importante ver que em alguns restaurantes colocal à mesa bons azeites de oliva, para que os consumidores possam experimentar e conhecer o sabor, o aroma característicos. É o que estamos tentando faxer. Estamos entrando em contato com os principais setores, varejo, importadores, distribuidores e também do setor público. O mais importante é que há um grande potencial. E ficaremos felizes de ver vocês (Brasil) no conselho, um grande país, sentando à mesa no conselho.




