
A preocupação com os municípios do Rio Grande do Sul de fora lista dos que poderão acessar a linha de renegociação foi traduzida em números pela Federação da Agricultura do Estado (Farsul). A entidade fez um levantamento considerando 92 cidades gaúchas que não aparecem na relação e chegou a uma cifra de R$ 2,7 bilhões.
Esse montante representa as chamadas dívidas estressadas, explica Antônio da Luz, economista-chefe da Farsul. Ou seja, quando há inadimplência há mais de 90 dias ou renegociados.
— Estamos bastante preocupados com essa lista, porque esses municípios que ficaram de fora, não temos sinalização de quando entram. A as plantas não esperam para serem plantadas — afirma, em relação ao período, que é de semeadura da produção de grãos de verão.
Cidades que são relevantes no cenário produtivo gaúcho (em volume, área e faturamento) acabaram ficando de fora em razão dos critérios utilizados para a elaboração da lista. Bagé, Júlio de Castilhos, Itaqui, Quaraí, Rosário do Sul, Pedras Altas e Pinheiro Machado são alguns dos exemplos citados pelo economista.
No dia seguinte à publicação da lista no Diário Oficial da União (em 1º de outubro), a federação encaminhou um ofício ao Ministério da Agricultura manifestando a apreensão com a questão e fazendo apontamentos com relação a critérios.
Como, por exemplo, o que trata das atividades agrícolas. No texto atual, consideram-se as três atividades agrícolas com maior área plantada, segundo Pesquisa Agrícola Municipal (PAM) do IBGE. A alteração sugerida é que se considerem as três atividades agrícolas de verão e de sequeiro com maior Valor Bruto da Produção (VBP), segundo também a Pesquisa Agrícola Municipal (PAM) do IBGE.
O argumento é de que pelo critério atual, há culturas que, apesar de área maior, não têm o peso econômico de outras para o município (podem ser plantas de cobertura, por exemplo). Por isso a recomendação do uso do critério de VBP.






