
A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
O agronegócio brasileiro arrecada o suficiente para bancar, por exemplo, o Bolsa Família cinco vezes. Essa foi uma das constatações de um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), em parceria com o Empresômetro, divulgado no III Fórum Agro, no final de setembro, em São Paulo.
Coordenador técnico do trabalho e economista no IBPT, Fábio Dáquilla explicou que a iniciativa dimensionar o tamanho do agronegócio no Brasil:
— O IBGE, por exemplo, traz números do setor primário. Mas o agronegócio é mais do que isso. Congrega setor primário, produção de insumos, industrialização e comércio. E é isso o que a gente quis mostrar.
Conforme dados do estudo, a arrecadação total do governo apresentou crescimento entre 2022 e 2024, passando de R$ 3,3 trilhões para R$ 3,8 trilhões, um avanço acumulado de 13,6%. Nesse período, o agronegócio teve um desempenho ainda mais expressivo, com crescimento de 17,8%, representando cerca de 24,5% da arrecadação nacional em 2024.
No mesmo ano, segundo a análise do IBPT, o orçamento total destinado ao Bolsa Família foi de R$ 169,7 bilhões e, portanto, a arrecadação proveniente do agro seria suficiente para custear integralmente o programa.
Para o presidente do IBPT, Gilberto do Amaral, esse desempenho mostra que o setor movimenta a economia em termos de produção e logística:
— Está claro que, a cada ano, quase um quarto da arrecadação brasileira tem origem direta nas cadeias do agro. O Brasil precisa, cada vez mais, oferecer políticas que acolham e desenvolvam todo o ecossistema dessa atividade.



