
A feira que nasceu como exposição de animais e depois se transformou em Expointer alçou a pecuária gaúcha ao protagonismo. E como espelho que é da atividade produtiva, foi se transformando e agregando atores ao palco do espetáculo.
As máquinas entraram para compor o cenário do avanço tecnológico da agricultura, com a multiplicação da produção de grãos. O segmento começou coadjuvante, mas seu desempenho o alavancou a motor de vendas e puxador dos resultados da exposição.
Mais tarde, produtos da agricultura familiar se somariam à exposição. O que começou como uma “ponta” no espetáculo, caiu no gosto do público e virou participação fixa e com destaque cada vez maior.
Assim se faz, de forma contínua e com tantos segmentos do agro, de serviços e comércio, que vão buscando e conquistando seus espaços no parque Assis Brasil, em Esteio.
O cavalo crioulo levou público, emoção e ajudou a popularizar a raça a partir do Freio de Ouro, com a grande final dentro da programação da exposição.
Como uma série de televisão, a Expointer, a cada temporada, apresenta novos personagens e tramas que vão intercalando e renovando ou retomando protagonismos. Sem nunca se esquecer dos demais atores.
Não será diferente nesta 48ª edição. Em mais um ano de dificuldades para a produção de grãos em razão de problemas climáticos, a pecuária chega a Esteio como a grande aposta da temporada. O momento vivido pelo setor é considerado positivo, com projeções de preços valorizados nos leilões de primavera que ocorrem na sequência.
Um dos indicativos vem do crescimento do número de animais inscritos para a feira neste ano. Serão 6.696 animais (entre os de argola e os rústicos). Com destaque para a pecuária, com contingentes expressivos, como o de ovinos, que chegam com o maior número desde 2009: 997 exemplares.
A ampliação do status de zona livre de febre aftosa sem vacinação para todo o Brasil é outro fator que embasa a representatividade da pecuária. Antes disso, as regras sanitárias impediam a vinda de exemplares de áreas com condição sanitária diferente.
Outro destaque fica por conta do retorno das aves ao parque, após um hiato de dois anos determinado pelo princípio da precaução.
Há de se ponderar, no entanto, que a agricultura não sairá da trama. A preocupação com o endividamento do setor deve ser uma das marcas dessa edição, com a busca por renegociação estruturada surgindo em debates e reivindicações, outra característica da feira.
Máquinas imponentes, com muita tecnologia e inovação embarcadas, seguirão encantando e atraindo a atenção de quem visita o parque. O setor aposta nas compras feitas por produtores de outros Estados, onde a colheita cheia faz o Brasil alcançar um novo recorde na produção de grãos.
Seja em que temporada for, a Expointer reforça, ano após ano, o mérito de sintonizar no mesmo canal duas realidades distintas, a do campo e a da cidade, de forma que consigam encurtar distâncias e interagir.





