
Uma nova leva de países anunciou a derrubada das restrições impostas às exportações de frango do Brasil após o registro de gripe aviária em uma granja comercial do Rio Grande do Sul. Argentina, Cuba, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, Índia, Mauritânia e Uruguai fazem parte da relação mais recente de retomadas, conforme nota do Ministério da Agricultura.
Entre as ausências ainda sentidas estão as da China, da União Europeia e do Chile, que representam grandes volumes de compras.
— O Chile sinalizou a vinda de uma missão (ao RS). Estamos intensificando as cobranças com o ministério para negociações mais contundentes — diz José Eduardo dos Santos, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).
Local do registro, comunicado em 16 de maio, o Estado sofreu mais suspensões do que o Brasil enquanto país. E já acumulava a interrupção de vendas para os mercados chinês e chileno em razão do caso da doença de Newcastle, verificado no ano passado.
— A China ia reabrir (após o caso de Newcastle), mas voltou à estaca zero — explica Santos, em referência à sinalização dada pelo país à missão brasileira em maio.
Avaliação positiva
O processo acabou interrompido com a confirmação do registro de gripe aviária. Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin fala em movimento positivo de retomada em um curto espaço de tempo:
— Não são nem 60 dias (da confirmação do caso) e já temos a grande maioria dos mercados.
China, Chile e UE "são os que têm grande volume" de compra, mas todas as informações solicitadas pelos países estão sendo prestadas. Santin reforça que as negociações com os mercados se iniciaram antes mesmo da retomada do status sanitário de livre de gripe aviária junto à Organização Mundial de Saúde Animal (Omsa). E que isso, somado à diversificação da indústria, ajuda a reduzir os impactos.
Os dados de junho ainda não foram divulgados, mas o dirigente estima que a redução fique entre 10% e 15%. O presidente da Asgav, por sua vez, projeta uma diminuição de 25 mil toneladas e de US$ 47 milhões nos embarques do Rio Grande do Sul no mês de junho.