
O mais representativo entre os ramos do cooperativismo gaúcho, o agropecuário fechou 2024 com um crescimento de 2,49% na receita, que somou R$ 49,9 bilhões. Também ficaram maiores as sobras, ou seja, os recursos que equivalem ao lucro no ambiente coorporativo, compartilhados entre os associados. O R$ 1,2 bilhão registrado no ano passado representa alta de 30,78%.
Esse avanço em um ano carregado de desafios em razão da catástrofe climática é considerado um resultado importante. Para Darci Hartmann, presidente do Sistema Ocergs, houve uma combinação de fatores que convergiu para o aumento: verticalização, share de mercado e comercialização tardia. Há ainda o movimento de intercooperação, que une diferentes cooperativas.
— Os produtores têm uma relação de confiança com as cooperativas — acrescenta Hartmann.
Paulo Pires, presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro), lembra ainda que, na área de grãos, a safra de 2024 "não foi tão ruim". Houve problemas "sérios" no final em algumas regiões por conta da catástrofe, mas o volume de produção foi maior do que o deste ano.
— O segundo ponto é que houve uma recuperação das cooperativas mais industrializadas — pondera Pires.
Tanto Hartmann quanto Pires, no entanto, lembram que há dificuldades importantes a serem consideradas, como o endividamento dos produtores, após sequência de estiagens e enchente.
— O saneamento do produtor (das dívidas) ainda não está feito — diz o presidente da Ocergs.
Pires reforça:
— Tivemos dificuldades muito grandes.