
No lançamento do programa Operação Terra Forte, de recuperação de solos, o governador Eduardo Leite voltou a falar sobre a necessidade de apoio do governo federal para as demandas dos produtores gaúchos em relação ao endividamento.
— A prorrogação (dos vencimentos) ameniza de forma mais imediata para parte dos produtores, mas não resolve o problema se não houver o refinanciamento dessas dívidas. Estamos buscando junto ao Ministério da Agricultura, ao centro do governo federal a compreensão da importância de haver esse refinanciamento das dívidas — disse o governador na cerimônia.
Posteriormente, perguntado sobre o papel que cabe ao governo do Estado nesse processo de busca por uma solução para o endividamento, Leite respondeu:
— Talvez ainda não tenha sido bem compreendido por Brasília o tamanho do impacto que tem isso para a economia do Estado. É, de forma articulada com os deputados, com os ministérios, levar essa mensagem para tentar criar o senso de urgência e de prioridade no Governo Federal para essa pauta.
Conforme o governador, eá indicativos de que essa falta de capacidade financeira do produtor rural do RS já se reflete em um menor plantio de trigo, principal produto da safra de inverno, que começou a ser semeado.
Negociações em Brasília
Uma comitiva liderada pela Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul apresentou, nesta terça-feira (10), ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, uma alternativa à securitização dos passivos ao governo federal — que é o prolongamento de 20 anos para pagamento, reivindicado pelo setor produtivo do Estado. A proposta prevê a manutenção das condições originais dos contratos (como juros e rebates), prazo de pagamento de até 12 anos, com dois anos de carência, e exclusão de encargos como multas, juros de mora e honorários advocatícios.
Já a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) aguarda a criação de um grupo de trabalho pelo Ministério da Agricultura para tratar do mesmo assunto — a renegociação das dívidas.