A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.

Em meio a incertezas que se desenham durante o plantio da safra de inverno deste ano, há uma cultura que promete florescer. É a canola, que, mais uma vez, germina como uma alternativa de renda ao produtor nas lavouras do Estado. Além das cotações, é a garantia de compra que vem estimulando o avanço em área da cultura.
Para este ciclo, a Associação Brasileira dos Produtores de Canola (Abrascanola) estima que a área plantada no Estado cresça 20% sobre os 151,8 mil hectares do ano passado. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta um crescimento um pouco maior, de 37% sobre 146,1 mil hectares.
— É uma cultura que está consolidada no inverno gaúcho — analisa Alencar Rugeri, assistente de culturas da Emater.
De acordo com o presidente da Abrascanola, Vantuir Scarantti, a expectativa inicial era de avanço ainda maior:
— Mas a falta de crédito foi um dos fatores que travou.
O cenário de incertezas, que deve diminuir a área plantada de culturas como o trigo, não inibiu o avanço da canola por pelo menos dois fatores, na avaliação de Rugeri e Scarantti. Em razão do surgimento de novos players de mercado e da cotação da oleaginosa. Na região de Ijuí, conforme a Emater, o valor d saca de 50 quilos de canola foi de R$ 105,80; na região de Santa Rosa, R$ 107,67; e, em Bagé, R$ 95. O valor médio do trigo está R$ 70,71.
— Além de um preço remunerador, há uma garantia de compra do produto prévia — observa Rugeri.
Atualmente, além da Celena Alimentos, empresas como a 3tentos e a Agrofel e cooperativas como a Cotribá também já compram o produto do agricultor de diversos pontos do Estado.
Cenário atual
Cerca de 80% da área prevista com canola no Rio Grande do Sul já foi semeada, segundo Scarantti, da Abrascanola. A produtividade média prevista é de 1,6 mil quilos por hectare.