A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Às vezes, são os detalhes que fazem a diferença. Já ouviu essa máxima? Ela foi colocada à prova na quarta-feira (11), durante uma demonstração realizada na estação experimental do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), em Cachoeirinha.
O local recebeu uma atividade prática que mostrou como o uso adequado de tecnologias de pulverização pode evitar problemas causados pela má aplicação de defensivos agrícolas — como a deriva. O detalhe? A ponta de aplicação do pulverizador, de acordo com a Corteva Agriscience e a Universidade Estadual Paulista (Unesp), organizadoras da iniciativa.
O cuidado com esse componente, explica Ulisses Antuniassi, professor titular do Departamento de Engenharia Rural da Unesp, em Botucatu (SP), é essencial para evitar a deriva — fenômeno que ocorre quando defensivos são aplicados em condições meteorológicas inadequadas e acabam sendo carregados pelo vento. Os prejuízos vão desde a perda do produto por parte do produtor até danos em cultivos vizinhos, muitas vezes sensíveis ao produto químico.
A principal recomendação do professor — também incluída no curso de boas práticas exigido pelo governo do RS para aplicação de herbicidas hormonais no Estado— é o uso de pontas que gerem gotas mais grossas, com menor potencial de dispersão, em vez de gotas finas, que se espalham com mais facilidade.
A diferença entre esses tipos de aplicação pôde ser vista na prática, com o uso de um simulador de deriva desenvolvido pelo Programa de Aplicação Responsável (PAR), iniciativa conjunta da Corteva e da Unesp, seguido de uma demonstração em campo com pulverizador real. O impacto visual das diferentes tecnologias pode ser conferido no vídeo abaixo:
Corteva e Unesp fazem parte de um grupo de 25 instituições credenciadas para ministrar o curso de boas práticas agrícolas voltado à capacitação de produtores e aplicadores de herbicidas hormonais no Estado. Até o momento, 25,7 mil aplicadores já participaram da formação, de um total estimado de 40 mil, conforme dados da Secretaria Estadual da Agricultura. Somente em 2025, o PAR já capacitou 350 desses profissionais.