
Se a liderança das Filipinas deixou de ser uma surpresa nos resultados das exportações de carne, o contínuo crescimento das compras consolida o país asiático como principal destino da proteína. As 28,2 mil toneladas embarcadas para o país asiático em maio representam um aumento de 115% na comparação com igual mês de 2024, apontam dados da Associação Brasileira de Proteína Anima (ABPA).
O avanço filipino ajudou a impulsionar o total exportado pelo Brasil, seja em maio ou no acumulado do ano. De janeiro a maio, o país enviou 584,8 mil toneladas de carne suína, 15,4% a mais do que em igual período do ano passado. Em receita, a alta é de 29,8%, com US$ 1,38 bilhão.
— As Filipinas avançaram em sua posição como principal destino da carne suína do Brasil, e novos mercados ganharam protagonismo no ranking dos principais importadores do nosso produto. Houve significativo aumento da capilaridade das exportações do setor no mercado internacional, e a expectativa é de que esse fluxo siga elevado ao longo desse ano — avaliou Ricardo Santin, presidente da ABPA.
Liderança também para o RS
As Filipinas também foram o principal destino da carne suína embarcada pelo Rio Grande do Sul. Entre os Estados brasileiros, é o segundo maior exportador, atrás de Santa Catarina.
O volume exportado pelos gaúchos cresceu 15,8% na comparação de maio deste ano com igual mês de 24, e 18,73% no acumulado dos cinco primeiros meses, em relação à mesma janela do ano passado.
Diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (Sips), Rogério Kerber também avalia que a exportação "está muito bem distribuída", ou seja, apesar dessa liderança filipina, vários países figuram como relevantes no mercado externo.
— Evidentemente se espera em 2025 ter acesso a outros mercados — completa Kerber.
México é um deles. O outro, aguardado para os próximos dois meses, é a ampliação dos itens para a China, com a inclusão de carne com osso e de miúdos — o que, assim como a abertura das Filipinas e do Chile, seria uma conquista da não mais vacinação contra a febre aftosa.
A ida de uma missão brasileira, coordenada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no mês passado, emitiu uma "sinalização importante", acrescenta o dirigente.