
A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Foi com um ingrediente a mais na sua receita que uma microcervejaria artesanal de Bom Retiro do Sul, no Vale do Taquari, transformou todas as suas cervejas em sem glúten. É a Salva, que decidiu introduzir no processo de produção dos seus rótulos uma enzima que faz a quebra da proteína, comumente encontrada em cereais, como a cevada e o lúpulo. Agora, os 400 mil litros da bebida produzidos por mês que chegam ao mercado já são, oficialmente, sem glúten.
De acordo com o proprietário da Salva, João Giovanella, a mudança na empresa, que existe desde 2016, ocorreu porque era "muito mais fácil transformar a fábrica inteira em sem glúten do que fazer um só rótulo sem risco de contaminação".
— O mercado já vem fazendo essa movimentação e olhamos para nós mesmos e descobrimos alguns clientes do nosso pub que não podiam consumir a cerveja. Quando começamos a conversar com os funcionários, descobrimos vários parentes que tem a mesma intolerância. Então, a atitude foi fazer com que mais pessoas possam aproveitar sem ter problemas — acrescenta entre as justificativas.
O que mudou, continua Giovanella, foi da fábrica para dentro. No copo, a cerveja manteve as características — cor, sabor, cheiro.
Além da enzima
Além da enzima, os ingredientes da cerveja Salva são o malte, fornecido pela Agrária, do Paraná, e o lúpulo, que vem de três locais diferentes: a Agrária, a Hops Company, que importa direto dos produtores norte-americanos, e o projeto Salva Hops, que fornece assistência técnica aos produtores gaúchos e garante a compra da produção.