
Não é um número cabalístico, tampouco uma estimativa. O prazo de 28 dias mencionado pelo ministro da Agricultura para que o Brasil (e o Rio Grande do Sul) possam buscar a retomada do status sanitário de livre de influenza aviária tem base científica. Há uma relação direta com o período de incubação do vírus, que é de 14 dias, explica Francisco Lopes, diretor-adjunto do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria Estadual de Agricultura:
— No plano de contingência, padroniza-se 28 dias. Não havendo novos casos, encerra-se o foco.
O trabalho desempenhado neste momento, de contenção, por meio das visitas a estabelecimentos na área perifocal, de até três quilômetros da granja onde houve o caso, e no raio de até 10 quilômetros tem um papel fundamental. Até na segunda-feira (19) à tarde, todas as 30 propriedades no escopo mais próximo tinham sido vistoriadas. No perímetro maior, 304 das 510.
Uma das amostras enviada para análise laboratorial foi coletada em criação de subsitência. Segundo a diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da secretaria, Rosane Collares, o sistema "está hiper sensível, há muitas notificações de animais com sintomatologia compatível". Além disso, os sinais respiratórios e nervosos da gripe aviária se assemelham aos de outras enfermidades virais das aves. Na dúvida, sempre melhor descartar com base em exames laboratoriais.
— É uma rotina — reforça Lopes.
O Painel da Influenza Aviária do Ministério da Agricultura atualiza os dados em tempo real de investigações em andamento, encerradas e descartadas.
A legislação tem ainda um gatilho, a partir do qual as empresas devem notificar o serviço sanitário oficial. No caso, uma mortalidade acima de 10% do total de aves do estabelecimento.