
Antes do primeiro foco de gripe aviária em granja comercial no Brasil, a receita gerada pelas exportações de frango do país somaram US$ 906,1 milhões em um único mês (nesse caso, o de abril). Calcular quanto disso pode ser perdido em razão da confirmação do caso, que levou à suspensão de embarques, ainda não é possível, afirma Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA):
— Existe prejuízo mas hoje não tem como dizer qual é.
Conforme o dirigente, dos 150 destinos para os quais o Brasil envia a proteína, 15 têm de fechar as portas pelo que está previsto nos protocolos (acordos) bilaterais. Nos demais, a interrupção temporária dos negócios pode ser de menor alcance (ao Estado, a um raio de distância do foco). Daí a dificuldade de calcular o tamanho da perda.
A China, principal destino da carne de frango brasileira, as compras de abril geraram um faturamento de US$ 127,1 milhões (14% do total gerado nas vendas externas da proteína). Santin faz a ressalva de que a suspensão chinesa não quer dizer que todo esse valor deixará de entrar. As empresas fazem um redirecionamento da oferta.
Produtos como o pé de galinha não devem "retornar" ao mercado nacional, porque não têm a mesma participação no cardápio brasileiro. A alternativa é exportar para outros destinos que não têm restrição a todo o território nacional (mas que costumam remunerar menos do que a China).
Outra estratégia, acrescenta o dirigente, é a de armazenamento do produto. Atualmente, 65% da produção de frango do Brasil é abastece o mercado interno e o restante, o externo.
— Se tem alguma elasticidade consumo (de absorção da oferta excedente pelo mercado brasileiro), mas não é dos 35% — ressalta o dirigente.