
O primeiro registro em granja comercial de influenza aviária no Brasil (em estabelecimento do Rio Grande do Sul) representa um divisor de águas. Até então, o país vinha se mantendo blindado do problema, o que permitiu um avanço ainda maior no mercado global. Há duas décadas mantém a liderança como o maior exportador da proteína. Com larga folga sobre o segundo colocado, os Estados Unidos.
Com o foco, será necessário lidar com um efeito desconhecido pela indústria brasileira, mas já testemunhado pelos concorrentes — EUA e União Europeia, líderes do ranking de exportadores, que têm casos ativos da doença.
A auto-suspensão para a exportação brasileira à China é um efeito imediato de grandes proporções. O país asiático é o principal destino da carne de frango embarcada. Em abril deste ano, conforme dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), comprou 51,9 mil toneladas da proteína.
Em receita, isso representou US$ 127,1 milhões. Embora o volume comprado tenha registrado queda de 10% sobre igual mês do ano passado, é quase o dobro do adquirido pelo segundo maior importador.
Para o Rio Grande do Sul, a suspensão de vendas à China não muda nada, porque ainda estava vigente uma restrição, desde o ano passado, em razão do foco único da doença de New Castle.
De toda forma, o cenário atual é delicado e exige toda a atenção, transparência e rapidez na contenção do foco e dos danos. Porque o Brasil não se manteve imune ao vírus durante tanto tempo por sorte. Foi graças a um trabalho intenso de busca pela biosseguridade. Com cada produtor tendo um papel fundamental em impedir que o vírus avance.