A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Fazendo jus à relevância econômica como parceiro comercial do Brasil, a China ganhou, neste ano, um pavilhão para si dentro da Agrishow, uma das maiores feiras voltadas ao agronegócio nacional. Ao todo, 60 empresas trouxeram tecnologias agrícolas desenvolvidas do outro lado do mundo para expor em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, até esta sexta-feira (2), em meio a marcas estadunidenses, alemãs e canadenses já consolidadas no mercado brasileiro.
À coluna, Xiao Yufei, vice-gerente geral do espaço, explicou que o objetivo de marcar presença, neste ano, com um espaço físico na Agrishow é de fortalecer o relacionamento com os países da América Latina. E citou a guerra comercial com o governo de Donald Trump como um fator acelerador para isso:
— Não estamos com relações muito boas com os Estados Unidos, então queremos investir mais em outros países da América do Sul.
No pavilhão, a busca dos expositores chineses é por fornecedores para suas máquinas agrícolas, motores, implementos e drones no Brasil. E desmistificar o que Yufei, que é da associação de eventos internacionais chamada China International Agricultural Machinery Exhibition (Organizador Internacional da Exposição de Produtos de Máquinas Agrícolas da China), classificou como "estereótipo dos produtos chineses":
— Antes, os nossos produtos eram muito baratos, mas tinham baixa qualidade. Com a adesão da China à OMC (Organização Mundial de Comércio), mais produtos chineses foram para o mundo, a qualidade aumentou e o preço segue barato.
Atualmente, o Brasil vive uma desaceleração na venda de máquinas agrícolas diante de fatores como juros considerados altos pelo setor produtivo. O que pode ajudar a abrir as portas para essa tecnologia, avalia Yufei. Ele lembra ainda da BYD, fabricante "muito forte chinesa" que tem crescido em vendas no Brasil por estar mais acessível do que outras marcas.
Para os próximos anos
Para os próximos anos, Yufei quer ampliar a participação chinesa na Agrishow, quem sabe, com exemplares de máquinas agrícolas expostas no parque — não apenas motores ou imagens da tecnologia. O dirigente também quer, nas próximas edições, que o pavilhão se localize em um espaço mais estratégico da feira. Nesta edição, o pavilhão está em uma das quatro pontas do parque.
*A coluna viajou a Ribeirão Preto a convite de pool organizado pela CDI Comunicação