A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.

Produzir leite está mais caro no Rio Grande do Sul. É o que mostra o indicador da Federação da Agricultura do Estado (Farsul) que calcula a variação do preço dos insumos para a produção da matéria-prima.
O índice, divulgado nesta quinta-feira (6), fechou 2024 com alta de 6,17%. E, de acordo com o economista da Federação da Agricultura do Estado (Farsul) Ruy Augusto da Silveira Neto, deve continuar assim neste ano.
Na lista dos itens que puxaram a inflação do setor leiteiro para cima em 2024, Neto cita o milho (14%), o fertilizante (20,3%) e os combustíveis (6,7%).
— Todos influenciados por uma alta cambial, pela apreciação do dólar — esclareceu à coluna o economista.
Na prática, para o produtor, o cenário de preços mais altos dos insumos se reverte em uma margem de lucro mais apertada. Que, reforça Neto, pode ficar "ainda mais apertada" em 2025.
Até porque o preço pago pelo litro do leite ao produtor caiu e deve continuar caindo, conforme informou a coluna.
Para este ano, o economista projeta o que chamou de uma "inflação persistente". Conforme o relatório econômico da Farsul, o Brasil tem apresentado "descontrole fiscal, impactando negativamente as expectativas e desancorando a inflação futura".